Presidente da Fiesp faz alerta após terremoto econômico na Ásia
Segundo Josué Gomes, taxas de juros brasileira são um “despropósito” e seria melhor que a Inteligência Artificial decidisse pelo Copom
atualizado
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Terremoto econômico na Ásia deve servir de alerta para a sociedade brasileira. Essa é a avaliação do presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, a respeito da disparada do dólar e do derretimento de Bolsas em todo o mundo após ajuste na taxa de juros japonesa. Gomes sugeriu ainda que a taxa básica brasileira, a Selic, seja decidida com o uso da Inteligência Artificial nas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). A fala aconteceu durante a abertura do evento na entidade paulista que debate os impactos da regulação da inteligência artificial na indústria.
“Estamos tendo um terremoto econômico que começou na Ásia. O Nikkei hoje caiu 12,4% e isso tudo em função de um pequeno ajuste na taxa alvo do Banco do Japão (BoJ), que saiu de 0,1 para 0,25. E isso está percorrendo o mundo todo. Talvez o Federal Reserve (FED) faça uma reunião extraordinária e baixe os juros mais rápido. Gostaria de mais uma vez alertar a sociedade brasileira para o despropósito que são os juros brasileiros”, frisou o presidente da Fiesp.
Segundo ele, enquanto o mundo praticou taxas de juros reais negativas por 15 anos, o Brasil seguiu praticando uma taxa de juros reais de 6,2% e que, se nada for feito, nem mesmo o aumento da produtividade advinda da ajuda da inteligência artificial será suficiente para fazer o país crescer o que precisa, prejudicando até mesmo a resolução de problemas sociais.
“Isso é inconcebível. Se nós, como sociedade, não encontrarmos um mecanismo para rompermos com essa situação, dificilmente, mesmo com o advento da inteligência artificial, mesmo que tenhamos o uso muito eficaz da IA no ganho de produtividade, dificilmente o Brasil voltará a crescer nas taxas que precisa crescer, até para resolver os problemas sociais”, pontuou Gomes que criticou as decisões do Copom.
“Precisamos, quem sabe, usar a inteligência artificial para tomarmos decisões mais sábias no Copom. Quem sabe, já que é um assunto técnico, já que é um assunto que independe de uma decisão humana, já que é uma análise de modelos macroeconômicos sofisticados, nada melhor do que algoritmos bem feitos para tomar as decisões do Copom, pelo menos assim evitaremos essa porta giratória Copom – mercado financeiro”, ironizou.