metropoles.com

Pesquisa revela que 45% das pessoas se arrependem de compras on-line

Para 18% da população, a demora na entrega é o principal ponto negativo das compras on-line, seguida pela falta de segurança

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Georgijevic via Getty Images
A mão masculina está navegando em uma loja on-line que vende sapatos. Compras on-line - Metrópoles
1 de 1 A mão masculina está navegando em uma loja on-line que vende sapatos. Compras on-line - Metrópoles - Foto: Georgijevic via Getty Images

Uma pesquisa inédita da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que 4 em cada 10 brasileiros que compram pela internet admitem que já fizeram isso por impulso e se arrependeram depois. De acordo com a pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira (RSB) – Hábitos de Consumo pela Internet, divulgada nesta quarta-feira (4/12), o percentual de pessoas que fazem compras on-line sem pensar e se lamentam posteriormente chega a 45% entre os mais jovens e a 43% entre aqueles com maior escolaridade e maior renda.

O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, lembra que as pessoas podem encarar consequências negativas se comprarem sem refletir.

“Muitas vezes, o consumidor é levado a comprar por impulso, seja porque percebe uma queda muito forte de preço ou uma oportunidade que pode passar rapidamente. Mas, ao fazer isso, ele não reflete sobre a real possibilidade e necessidade de fazer aquela compra, o que pode trazer impacto negativo, inclusive, na hora de fazer compras mais corriqueiras e mais necessárias”, ressalta.

O levantamento revelou que nem todo tipo de produto é comprado on-line pelos brasileiros. Os resultados mostram um consumo on-line focado em bens como roupas, eletrônicos, calçados e bolsas. A internet é menos relevante para a compra de produtos como alimentos e bebidas, produtos para animais e itens de papelaria.

E também revelou o perfil dos compradores. O hábito de comprar pela internet é fortemente relacionado com a idade dos entrevistados: 77% daqueles que têm entre 16 e 24 anos já compraram, percentual que cai para 54% entre aqueles que têm entre 45 e 59 anos e para 27% entre aqueles com 60 anos ou mais.

A escolaridade dos entrevistados também é um fator determinante no hábito de compras pela internet: enquanto apenas 17% do grupo de analfabetos ou que sabem apenas ler e escrever e 31% daqueles com ensino fundamental realizaram compras pela internet pelo menos uma vez, esse percentual sobe para 69% entre aqueles que têm ensino médio e para 89% entre aqueles que têm ensino superior.

Similarmente, a renda está fortemente relacionada com o hábito de comprar pela internet: 88% daqueles de renda familiar de mais de cinco salários mínimos já realizaram compras pela internet, percentual que cai para: 68% para as famílias que ganham entre dois e cinco salários mínimos; 48% entre as famílias que ganham entre um e dois salários mínimos; e 38% entre as famílias que ganham até um salário mínimo.

Mais de 60% preferem produtos nacionais

Segundo a pesquisa, 62% dos entrevistados disseram nunca ter deixado de comprar no mercado nacional para comprar no exterior. Por outro lado, 36% dos brasileiros disseram já ter deixado de comprar produtos nacionais para adquirir produtos importados por meio de sites e aplicativos de outros países. Na faixa etária de 16 a 24 anos, esse percentual sobe para 52%.

A proporção dos que desistiram de adquirir bens brasileiros para comprar importados chega a 44% entre as pessoas com ensino superior e a 43% nas famílias com renda superior a cinco salários-mínimos. O menor preço do produto é a principal razão para a preferência pelos importados para 54% dos entrevistados.

A melhor qualidade do produto (15%) e a falta do bem no mercado nacional (13%) aparecem em seguida. Quase metade dos brasileiros que compraram pela internet tiveram problema com o produto.

Produtos com defeitos

A pesquisa da CNI mostra, ainda, que quase metade dos brasileiros que compraram pela internet já receberam produto com defeito ou diferente do anunciado. Entre as pessoas que passaram por esses problemas, 44% decidiram devolver ou trocar o item, 34% entraram em contato imediato com o serviço de atendimento ao cliente, e 18% se decepcionaram com a qualidade do produto.

Para 74% dos entrevistados, há vantagens em comprar pela internet, sendo o preço mais baixo em comparação às lojas físicas a principal delas (36%). A praticidade/comodidade para fazer compras sem sair de casa foi o segundo ponto positivo mais citado (28%). O levantamento diz que dois terços dos brasileiros veem desvantagens em comprar nas lojas virtuais.

A demora na entrega é a principal desvantagem das compras on-line, apontada por 18% dos brasileiros. Em seguida, estão a falta de segurança no momento da compra (9%) e pela falta de contato com o produto (8%).

Seis em cada dez brasileiros já compraram pela internet

Quase 60% da população já fez compras on-line, mostra a RSB. O percentual chega a 89% entre aqueles que têm ensino superior; a 88% nas famílias de maior renda, e a 77% entre os mais jovens. Por outro lado, é de apenas 17% entre os analfabetos ou sem grau de instrução, 27% entre os mais velhos, e 38% nas famílias com renda de até um salário-mínimo.

O levantamento também mostra que a população continua preferindo comprar presencialmente do que pela internet, independentemente do produto. A escolha pelas lojas físicas ultrapassa os 80% para itens como móveis, produtos para animais, alimentos e bebidas. No entanto, mais de um terço da população afirma priorizar a compra on-line no caso de produtos de informática, equipamentos eletrônicos, livros, revistas e brinquedos.

As roupas são os itens mais frequentemente comprados pela internet, com 59% de frequência, entre aqueles que já compraram por esse meio. Em seguida, vêm os produtos de informática e equipamentos eletrônicos (44%), calçados e bolsas (44%), eletrodomésticos (37%) e utensílios para o lar (33%).

Para realizar a pesquisa, foram entrevistadas 2.012 pessoas, a partir de 16 anos, em todos os estados e no Distrito Federal entre 17 e 20 de maio. Os moradores do Rio Grande do Sul não foram entrevistados em razão das chuvas que atingiram o estado no período.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNegócios

Você quer ficar por dentro das notícias de negócios e receber notificações em tempo real?