“País gasta muito e gasta mal”, diz Simone Tebet ao mencionar Ideb
Tebet citou o mau resultado da educação como exemplo de que o aumento de recursos nem sempre é suficiente para solucionar problemas
atualizado
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Em reunião com industriais na sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), nesta sexta-feira (16/8), a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), disse que o país “gasta muito e gasta mal”.
Ela frisou que, embora os números da economia estejam melhorando, com recordes sendo batidos em empregos formais e na balança comercial, há uma grande insatisfação com os números do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), divulgados na quarta-feira (14/8).
“O Brasil não tem cultura de planejar e este é o grande mal do Brasil. É por isso que gastamos muito e gastamos mal. O problema é quando gastamos muito e temos índices como os números do Ideb, de estagnação total”, reclamou a ministra.
Em sua avaliação, esse é um exemplo de que os recursos precisam ser melhor aproveitados e citou expressamente o aumento de repasses ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Em três anos, o fundo passou de R$ 23 bilhões para R$ 48 bilhões. Ainda assim, disse a ministra, os recursos não foram suficientes para que a educação apresentasse resultados satisfatórios.
“Falta planejamento quando a gente sai de um Fundeb de R$ 23 bilhões, destinados para prefeitos e governadores, e passa para R$ 48 bilhões e continua com esse nível estagnado”, criticou.
Para Simone Tebet, a solução é investir em planos de longo prazo. “O Brasil gasta mal porque não planeja o seu destino”, pontuou. Ela contou ter tido autorização do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para pensar e planejar o Brasil para 2050 e garantiu que vai contar com a ajuda da sociedade para definir as prioridades.
“Pela primeira vez vamos construir a estratégia do Brasil 2050. Um Brasil pensado de 2025 a 2050. Não pelo ministério, não pelo presidente Lula, não pelo Congresso Nacional, mas essa estratégia 2050 vai ser feita com o apoio das universidades, ouvindo todos os setores. Ouviremos os entes federados, governadores e associações, prefeituras, os setores produtivos. Precisamos falar com a indústria, com o comércio, com o setor de serviços, com o agronegócio, com a agricultura familiar, para que nós possamos ter uma política de longo prazo no Brasil”, concluiu.