metropoles.com

Novo tipo de crédito pode injetar até R$ 130 bi na indústria nacional

Debêntures incentivadas têm isenção de Imposto de Renda para o investidor e pode facilitar o investimento da indústria

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Divulgação/CNI
Imagem colorida mostra operário com mão biônica trabalhando em indústria - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra operário com mão biônica trabalhando em indústria - Metrópoles - Foto: Divulgação/CNI

As debêntures incentivadas da indústria têm um potencial de injetar até R$ 130,5 bilhões de investimentos no setor. A projeção é da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que atua no Congresso Nacional para a apresentação de um projeto de lei que modifique a atual lei desse tipo de crédito, que só permite esse instrumento para a infraestrutura e pesquisa e desenvolvimento (P&D).

A debênture é um título de dívida de longo prazo que pode ser emitido por empresas de capital aberto ou fechado e é um dos principais instrumentos de crédito às empresas no mercado de capitais. Ela se torna incentivada quando não há tributação sobre o rendimento obtido por pessoa física (PF) ou se limita a 15% para pessoa jurídica (PJ). Sem o incentivo, o comprador do título paga de 15% a 22,5% de Imposto de Renda sobre os ganhos, seja PF ou PJ.

Para o cálculo, a Fiesp pegou os dados da Pesquisa Industrial Anual (PIA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para estimar o investimento total da indústria, de R$ 236,3 bilhões, e projetou os R$ 130,5 bilhões de acordo com aquelas que poderiam emitir as debêntures dentro das regras pretendidas, ou seja, as sociedades por ações de capital aberto ou fechado, que são 537 indústrias — excluindo Vale e Petrobras.

“É um valor superestimado, que a gente sabe que é difícil de ser alcançado. Mas vai existir demanda e temos certeza de que pelo menos metade disso vai ser levantado num tempo relativamente curto”, afirma Renato Corona, superintendente do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Fiesp, responsável pelo estudo.

Para se ter uma ideia do potencial das debêntures incentivadas na indústria, esse tipo de crédito para a infraestrutura chegou a R$ 67,3 bilhões em 2023. “As da indústria devem ser mais atrativas ainda para os investidores porque elas farão investimentos de maturação mais rápida, que começam a gerar caixa bem antes do que os investimentos em infraestrutura, que em geral são de longo prazo”, explica Albino Colantuono, economista da Fiesp.

O prazo médio das debêntures de infraestrutura era de 14,4 anos em 2023. Ou seja, quem investe em um título desses demora, em média, 14,4 anos para receber todo o valor investido de volta mais os juros, que podem ser semestrais ou anuais, a depender do contrato. “Para a indústrias esses prazos devem ser menores”, diz Colantuono.

A Fiesp conversa com deputados federais e senadores para que apresentem um projeto de lei para modificar a Lei 12.431/2011, que criou as demais debêntures incentivadas. A Fiesp quer que elas possam financiar qualquer tipo de investimento, desde uma nova empresa até capital de giro, passando por ampliação de capacidade e compra de equipamentos, entre outras finalidades.

“O investimento desonerado de hoje vai gerar capacidade produtiva, novos e maiores tributos, emprego e renda no futuro. Ele não é uma benesse porque ele mais do que recupera a perda fiscal inicial e tem um efeito multiplicador permanente”, explica Albino Colantuono.

Entre as vantagens das debêntures incentivadas sobre outros instrumentos de crédito, a Fiesp enumera a redução do custo de captação, o aumento da liquidez dos títulos, o destrave dos investimentos na indústria, a captação facilitada e o longo prazo de pagamento.

Por fim, Colantuono cita o mercado secundário como outro ponto positivo. “As grandes empresas industriais que vão emitir essas debêntures contam com a confiança dos agentes financeiros, afinal, estão no mercado há muitos anos e são conhecidas. O mercado secundário será forte, aumentando a atratividade para o investidor e baixando ainda mais os custos de captação para as empresas, que ficam mais competitivas”, finaliza.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNegócios

Você quer ficar por dentro das notícias de negócios e receber notificações em tempo real?