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Ministro diz que Argentina será o país que mais vai crescer em 30 anos

Ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, veio a São Paulo em busca de investimentos em setores estratégicos, como energia e mineração

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Luis Caputo, ministro da economia da Argentina
1 de 1 Luis Caputo, ministro da economia da Argentina - Foto: Getty Images /Carol Smiljan

Em visita ao Brasil, o ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, declarou nesta segunda-feira (2/12), em evento na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que o país será a economia que mais crescerá nas próximas três décadas. A afirmação foi fundamentada no programa de ajuste fiscal, cambial e monetário implementado desde a posse do presidente Javier Milei, descrito por Caputo como uma resposta necessária à “pior situação econômica da história” argentina.

Caputo detalhou os desafios herdados pelo novo governo: déficits fiscais alarmantes, reservas internacionais negativas, taxas de juros insustentáveis e uma inflação que se aproximava da hiperinflação. Ele destacou que a economia argentina havia perdido credibilidade, fator que considera essencial para a execução de políticas econômicas.

Desde o início da gestão de Milei, foram implementados cortes de 30% nos gastos públicos, eliminação das emissões monetárias e ações para equilibrar a oferta e a demanda de pesos. Esses esforços resultaram em uma redução drástica da inflação mensal, que caiu de 25,5% em dezembro de 2023 para 2,7% em outubro deste ano.

Segundo Caputo, a Argentina tinha perdido totalmente a credibilidade, mas o cenário está mudando.

“Muitos já falam em ‘milagre econômico’. Eu não acredito muito em milagres econômicos. Creio que os resultados econômicos não são outra coisa que a consequência das políticas econômicas. E se a Argentina foi tão mal nos últimos 123 anos foi porque tomou más decisões econômicas”, declarou o ministro Caputo.

O mérito de Milei, em sua avaliação, foi ter conseguido convencer a população que o verdadeiro problema da Argentina sempre foi fiscal.

“Nosso presidente explicou, fazendo uma campanha com uma motosserra, que atacaria a raiz do problema, que era o déficit fiscal. E este foi o mandato que passou à equipe econômica desde o dia 1. Estamos profundamente convencidos de que a Argentina será o país que mais vai crescer nos próximos 30 anos”, afirmou Caputo.

Restrições cambiais

Outro ponto destacado pelo ministro foi o compromisso do governo em acabar com as restrições cambiais, conhecidas como “cepo”, até 2025. Para isso, ele apontou três condições principais: a estabilização da base monetária ampla, para garantir que o excesso de pesos seja absorvido sem novas emissões, a redução contínua da inflação, com índices controlados, como já observado este ano, e o saneamento das contas do Banco Central argentino, incluindo a recomposição das reservas internacionais, possivelmente com suporte do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O ministro assegurou que as negociações com o FMI estão em andamento e que o acordo pode injetar bilhões de dólares nas reservas argentinas, acelerando o processo.

“Sem dúvida, isto [o fim das restrições cambiais] vai acontecer em 2025. O timing é muito difícil de assegurar, porque as negociações com o fundo levam tempo […] O que podem estar seguros é de que, em 2025, as restrições cambiais vão acabar”, afirmou.

Mercosul e União Europeia

Caputo também reafirmou o apoio da Argentina ao acordo Mercosul-União Europeia, destacando a importância da flexibilidade para fechar parcerias bilaterais. Ele disse já ter discutido o tema com o ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, e assegurou que o governo Milei entende o valor do tratado para a região.

“O Mercosul precisa estar aberto à modernização para continuarmos trabalhando juntos. Isso será positivo para todos os países envolvidos”, concluiu.

Investimentos em SP

A visita a São Paulo também teve como foco a busca por investimentos em setores estratégicos, como energia e mineração. Caputo esteve acompanhado de Karina Milei, secretária-geral da Presidência e irmã do presidente argentino, e de Daniel Casartelli, secretário de Energia e Mineração. Durante a apresentação a empresários brasileiros, foram detalhadas oportunidades, incluindo projetos de exploração de lítio e energia solar, além de novas regras que oferecem isenções fiscais por 30 anos.

“Criamos um ambiente de segurança jurídica para atrair investidores, com regras claras e previsíveis”, afirmou Casartelli. Segundo ele, mais de 100 projetos já foram apresentados, sendo dois relacionados ao lítio e um de energia solar na província de Mendoza, estimado em US$ 211 milhões.

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