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Integração Sul-Americana pode turbinar PIB, acredita Tebet

As rotas de integração vão reforçar o comércio do Brasil com os países da América do Sul, além de reduzir o tempo e o custo do transporte

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Ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB) apresentou, nesta sexta-feira (16/8), o projeto das cinco rotas de integração Sul-Americana para indústrias na sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). Em sua avaliação, o Plano de Integração Sul-Americana pode levar ganhos para a economia brasileira semelhantes aos da Reforma Tributária, turbinando o Produto Interno Brasileiro (PIB).

“Da mesma forma que tenho expectativa de, a partir de 2030, a Reforma Tributária fazer o Brasil crescer 1% a mais, ouso dizer que temos quase que uma reforma tributária em nossas mãos com o projeto de integração regional. Estamos falando de diminuir distância, frete, gastos”, disse.

As cinco rotas ligam o Brasil a demais países da América do Sul, com possibilidades para facilitar o tráfego de pessoas e mercadorias não só para os vizinhos, mas também para o Oceano Pacífico. Bancos de desenvolvimento já anunciaram mais de US$ 10 bilhões para a agenda. Segundo a ministra, as saídas para o Pacífico podem reduzir a distância entre sete e dez mil quilômetros no comércio brasileiro com a Ásia. “Nós vendemos, hoje, mais para o Vietnã do que para França”, pontuou Tebet.

190 obras

Ela apresentou aos industriais os status das principais obras em cada uma das rotas: da Ilha das Guianas,  Amazônica, Quadrante Rondon, Bioceânica do Capricórnio e Rota Porto Alegre – Coquimbo. Ao todo, serão 190 obras já previstas no Novo PAC: 40 hidrovias, 35 aeroportos, 21 portos, 65 rodovias, 15 infovias, nove ferrovias e cinco linhões de energia.

Segundo Tebet, a rota 1, que vai endereçar a demanda com as Guianas, está pronta do lado brasileiro, faltando 328 km de rodovia do lado de lá. “Todo mundo quer financiar a Guiana, porque o crescimento do PIB, hoje, é maior que o da China por conta da exploração do petróleo.”

Já a respeito do cronograma da rota 2, ela acredita que estará pronta antes da COP 30, que será realizada em novembro de 2025, em Belém (PA). Na avaliação dela — esta, que é a mais ecológica das rotas–, é também estratégica por encurtar a distância dos produtos brasileiros com a China.

“O maior investimento chinês na América Latina não é nem no Brasil, é no Peru, em um porto que corresponde a quase um quarto do Porto de Santos. E ele fica pronto em novembro desse ano e o presidente da China, Xi Jinping, vai inaugurar, até onde nós estamos sabendo. Esse porto diminui a distância, só no meio aquático, em 10 dias”, pontuou.

Do lado brasileiro, ela conta que a rota está praticamente pronta, faltando apenas a instalação de uma alfândega na tríplice fronteira, mas que o ministro Fernando Haddad já avisou que irá colocar a alfândega para operar até novembro.

Projeto de Estado

A ministra fez questão de frisar que as rotas não são um projeto de governo, ou de partido político, mas do país. “Eu não sou de esquerda, não sou de direita, eu sou do centro democrático e eu estou aqui defendendo, como poucas pessoas defendem, com brilho nos olhos, essas rotas. Então, essa não é um projeto de poder ou de governo, é um projeto de Estado”, defendeu.

Para desenhar as rotas, a ministra conta ter feito reuniões com todos os secretários da Fazenda ou Planejamento dos 11 países de fronteira, que concentram a produção agropecuária do país; com os ministros da Fazenda e Planejamento dos países da América do Sul; presidentes dos bancos de fomento; diversos setores da sociedade civil; e a classe política.

Os recursos para as obras estão garantidos no orçamento federal, sem impacto fiscal adicional. Há ainda US$ 3 bilhões disponibilizados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) destinados ao financiamento de projetos nos estados e municípios brasileiros, além de US$ 7 bilhões de outros bancos de desenvolvimento (BID, CAF e Fonplata) para financiar as obras de infraestrutura dos outros países da América Latina.

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