metropoles.com

Indústria tem R$ 63 bilhões à disposição para financiar inovação

Créditos para Pesquisa e Desenvolvimento e compra de máquinas e equipamentos para a indústria estão em agências e bancos de fomento

atualizado

Compartilhar notícia

indústria
1 de 1 indústria - Foto: null

A indústria de transformação brasileira tem à disposição ao menos R$ 63 bilhões em créditos para inovação até 2026, uma boa parte deles não reembolsáveis, por meio de projetos que vão desde Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) à compra de máquinas e equipamentos. Os valores estão espalhados em bancos e agências de fomento estaduais e federais e foram levantados pelo Metrópoles.

A maior parte dos recursos está incluída na Nova Indústria Brasil (NIB), a política industrial do governo federal. O dinheiro pode ser acessado por meio de um projeto de inovação apresentado pelas empresas, de qualquer setor industrial e de todos os portes, de microempresa à grande indústria. Em alguns casos, como na Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), o dinheiro pode ser liberado em até 30 dias.

“É de suma importância que haja financiamento competitivo para inovação. O que faz uma empresa investir é baixo custo financeiro e o que faz um país crescer é o investimento”, afirma Antonio Carlos Teixeira Álvares, diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

A maior fatia do bolo de R$ 63 bilhões está na Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), com R$ 41 bilhões. São R$ 20,5 bilhões em financiamento, remunerados pela Taxa Referencial (TR), atualmente em 0,087%, mais juros de 2,8% a 5,8% ao ano e, a depender da linha pretendida, com carência de até 48 meses para começar a pagar. Os prazos do financiamento variam de 72 a 240 meses.

Os demais R$ 20,5 bilhões são não-reembolsáveis, ou seja, não precisam ser pagos de volta pela empresa. Esse valor depende do tamanho da participação da Finep no projeto — um meio de dividir o risco da inovação —, que pode ser de até 100%.

Os recursos da Finep, que é ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), vêm quase todo do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Ciência e Tecnologia (FNDCT).

A segunda maior fatia do bolo está no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O banco tem R$ 20 bilhões vindos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para serem utilizados em 4 anos.

O BNDES aceita projetos de investimento em P&D, em plantas industriais com processos não existentes no Brasil, em difusão tecnológica e de transformação digital. As linhas partem de R$ 10 milhões por empresa e têm indexação pela TR ou pela Taxa de Longo Prazo (TLP), e remuneração do BNDES de 1,1% a 2,7%.

José Luis Gordon, diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do banco, garantiu que haverá recurso suficiente para atender a demanda da indústria. “As empresas podem estruturar os projetos e vir ao banco que vai ter recurso”, afirmou, em entrevista exclusiva ao Metrópoles.

A Desenvolve SP, agência de fomento do Estado de São Paulo, tem meta de desembolsar R$ 1,25 bilhão em 2024, que pode ser utilizado para projetos de inovação e também de desenvolvimento de cidades e regiões paulistas. Os recursos são do Tesouro Estadual, da Finep e do BNDES. A empresa que pegar esses recursos vai remunerar a Desenvolve SP pela Selic, a taxa básica de juros, atualmente em 10,5% ao ano, mais o spread da agência.

“Nossa missão é desenvolver o Estado, com foco no micro e pequeno empreendedor. Ele pode ser de qualquer setor e, desde que gere emprego e renda, pode pleitear financiamento”, afirmou Gustavo Melo, diretor de Negócios da agência paulista de fomento.

A Embrapii tem em torno de R$ 300 milhões à disposição. De acordo com Chico Saboya, presidente da fomentadora, a empresa entra com uma parte do recurso, a Embrapii com outra e as Unidades Embrapii, responsáveis pela realização das pesquisas, com o restante.

“Nos R$ 3,9 bilhões já investidos até hoje, foram 33,7% da Embrapii, 50% das indústrias e 16,3% dos centros. Isso significa que o risco da inovação, de algo não dar certo, é dividido”, explicou.

Já o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) tem R$ 800 milhões em recursos da Finep para 2024, que se somam a R$ 200 milhões repassados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

“Nossas linhas são remuneradas pela TR e taxas que variam de 4,2% a 5,5% ao ano, sem IOF. Inovação tem de ser barata”, disse Rômulo Martins de Freitas, diretor executivo do BDMG.

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) também tem recursos em diversas linhas para a inovação e a pesquisa na indústria paulista.

“A cada ano temos de R$ 200 milhões a R$ 300 milhões, em recursos do Tesouro do Estado, para financiar a pesquisa nas empresas. E podemos ter mais, só depende do interesse das empresas”, antecipou Carlos Américo Pacheco, membro do Conselho Técnico Administrativo da Fapesp.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNegócios

Você quer ficar por dentro das notícias de negócios e receber notificações em tempo real?