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Inteligência Artificial deve acrescentar US$ 16 trilhões no PIB global

Evento na Fiesp reuniu especialistas e mais de mil pessoas interessadas no tema. Aumento de produtividade com a IA pode chegar a 70%

atualizado

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Divulgação/Fiesp
Tonny Martins, presidente da IBM
1 de 1 Tonny Martins, presidente da IBM - Foto: Divulgação/Fiesp

O aumento da produtividade com o uso da Inteligência Artificial (IA) pode chegar a 70% e deve acrescentar US$ 16 trilhões para o PIB global até 2030. A avaliação é de Tonny Martins, presidente da IBM América Latina,  que participou nesta terça-feira (27/8) de um evento na sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) para debater os desafios, aplicações e rumos nos negócios com o uso da IA.

Segundo ele, a Inteligência Artificial é hoje a maior oportunidade econômica global, e 80% das empresas vão usar, de alguma forma, a IA em seus processos de negócios dentro de dois anos.

A evolução desta tecnologia é, na avaliação de Tonny, impressionante e muito superior ao que existia em 2014, quando a empresa lançou o Watson, plataforma desenvolvida pela IBM para auxiliar profissionais, desenvolvedores, startups e empresas a construírem sistemas cognitivos que possam melhorar processos, interações e ações.

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Presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, na abertura de evento sobre IA
Encontro reúne mais de mil pessoas na Fiesp
Expositores no Summit Inteligência Artificial realizado na Fiesp
Expositores no Summit Inteligência Artificial da Fiesp
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Vencedores do Prêmio de Inteligência Artificial na categoria Startups

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Presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, na abertura de evento sobre IA

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Encontro reúne mais de mil pessoas na Fiesp

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Expositores no Summit Inteligência Artificial realizado na Fiesp

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Expositores no Summit Inteligência Artificial da Fiesp

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“Evoluímos e estamos na época da inteligência artificial generativa. A gente vê que a perspectiva de geração de valor, riqueza, assim como foi na era da internet, nos próximos cinco a dez anos vai ser absolutamente intensa. Alguns dizem US$ 16 trilhões em sete anos, outros dizem US$ 20 trilhões em cinco. Outros dizem que o aumento da produtividade vai ser entre 45% e 50%. Tem casos em que o aumento da produtividade pode chegar a 70%”, contou Tony Martins.

Os números impressionam, mas também assustam. Por isso, na abertura do encontro, que reuniu mais de mil interessados no tema, o presidente da entidade, Josué Gomes da Silva, fez questão de ressaltar que os mais diversos setores não precisam temer os avanços da IA. Segundo ele, todas as vezes que a humanidade passou por rupturas tecnológicas da magnitude que a IA vem proporcionando, se sentiu intimidada por medo do desconhecido e pela possível perda de empregos. 

“Isso é natural, é do ser humano. Nós todos temos este tipo de resistência quando confrontados com uma tecnologia tão disruptiva como a inteligência artificial. Acredito que ela se compara a poucos momentos da história, talvez ao arado mecânico, ou ao que máquina a vapor propiciou”, explicou Josué Gomes da Silva.

Josué pontuou que, sim, alguns empregos vão desaparecer, mas que é preciso estar atento às oportunidades.

“Algumas empresas, eventualmente, que não se adaptarem, vão desaparecer. E outras vão surgir. Alguns empregos vão desaparecer e outras oportunidades de emprego vão surgir. E é por isso que a Fiesp, além obviamente de estar levando conhecimento, informações, treinamento para todas as empresas, está também cuidando da educação dos nossos jovens”, contou.

Para capacitar jovens para profissões que ainda não existem, alunos de uma parceria entre Sesi, Senai e Fiesp estão tendo aulas de tecnologia no contraturno do ensino médio.  Josué lembrou ainda do programa Passaporte para o Futuro, que já encaminhou 20 jovens para estudar no exterior.

“A inteligência artificial permite que, com escalabilidade, a gente trate cada um de nós, cada indivíduo, cada consumidor, cada pessoa individualmente. E é isto que é tão bonito nesta nova tecnologia, que não oferece ameaça, nós não devemos temê-las, mas devemos, sim, abraçá-la e trabalharmos para aproveitar todo o potencial que ela nos oferece”, concluiu.

Com 25 anos de experiência no mercado de tecnologia, Marcel Silva, Head de Estratégia de Inteligência do Google – Latam, garantiu que a IA não é apenas uma importante ferramenta para as gigantes de seus setores, mas será responsável por um salto nas pequenas e médias empresas.

“A IA vai acabar sendo um diferencial enorme para pequenas e médias empresas, porque ela democratiza o acesso à inteligência, aos dados, a uma série de funcionalidades que até recentemente talvez estivessem restritos às grandes companhias”, explicou.

Para Silva, o desafio será a capacitação das próprias equipes, uma vez que  grandes parceiros de tecnologia, ou consultorias de mercado, não possuem conhecimento específico do negócio que os colaboradores da própria empresa.

“É muito importante estar atento a maneiras de capacitar os funcionários e também ao patrocínio do executivo. A liderança precisa estar envolvida, definir métricas e um retorno de investimento muito claro”, pontuou.

Premiação

Para reconhecer o trabalho pioneiro de algumas indústrias nesta área, a Fiesp entregou o Prêmio de Inteligência Artificial para os melhores cases de sucesso com uso de IA. Na categoria startups, o primeiro lugar ficou com a IA.Sense, que desenvolveu para a Gerdau um modelo para a detecção de pragas em eucalipto. A solução utiliza IA e visão computacional para automatizar a contagem de insetos e ovos, com alta acurácia (91% e 98%, respectivamente). 

A tecnologia inclui processamento em nuvem e dashboards em tempo real, economizando tempo e recursos e melhorando a produtividade. A solução consegue contabilizar as pragas em menos de 3 segundos, aumentando a produtividade em 10 vezes comparado ao método manual com microscópio.

O segundo lugar ficou com a I-Sensi Tecnologia da Informação, que inscreveu um case da indústria automobilística, que conseguiu reduzir em 15% a ociosidade da indústria, ajudando na identificação das causas de paradas críticas. O terceiro lugar ficou com a Altox, que desenvolveu a primeira plataforma de IA aplicada à toxicologia de medicamentos, cosméticos e agroquímicos na América Latina. 

Com o software desenvolvido em conjunto com a Eurofarma, a empresa conseguiu avaliar uma média de 84 projetos por ano, levando em conta mais de 5000 compostos. O resultado foi uma economia para o setor de pelo menos R$ 500 milhões a R$ 2,5 bilhões em testes tradicionais que puderam ser evitados pela indústria.

Na categoria indústria, o primeiro lugar ficou com a Paranoá Indústria de Borracha, que conseguiu aumentar a produtividade, diminuir o refugo, aumentar o Ebitda e reduzir dos erros de inventário com o uso da IA e a análise de dados com identificação dos melhores padrões de produção, gerando insights e recomendações personalizadas para as pessoas e as máquinas.

O segundo lugar ficou com a Christal LTDA, uma indústria metalmecânica, que desenvolveu um robô industrial equipado com câmeras e um sistema de iluminação controlado por software para realizar inspeções automáticas dos produtos. Com a IA, a empresa consegue identificar falhas como oxidação e cavacos e treinar a tecnologia com poucas imagens. Como resultado, a indústria conseguiu aumentar a produtividade e melhorar a gestão do conhecimento.

E, por último, o prêmio foi entregue para a indústria de alimentação Monjolinho, que produz alimentos à base de mandioca e milho e passou a utilizar algoritmos preditivos para analisar dados históricos e em tempo real. Com a ajuda da IA foi possível otimizar o estoque e prever a demanda para evitar rupturas no fornecimento e ainda analisar o comportamento e as preferências dos consumidores, ofertando recomendações personalizadas e criando campanhas de marketing direcionadas.

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