metropoles.com

Firjan pede incentivos para a produção em campos maduros de petróleo

Segundo nota técnica da entidade, apenas em royalties o país poderia arrecadar mais de R$ 92 bilhões com a produção nestes campos

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Reprodução
imagem colorida de plataforma de petróleo - Metrópoles
1 de 1 imagem colorida de plataforma de petróleo - Metrópoles - Foto: Reprodução

A produção nacional de petróleo pode aumentar com pequenos ajustes regulatórios que incentivem a agregação de tecnologias, aliado a investimentos de produtoras de pequeno e médio portes. Essa é a sugestão de nota técnica elaborada pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Apenas em royalties o país poderia arrecadar mais de R$ 92 bilhões.

Esses campos de produção já passaram do pico ou enfrentam desafios técnicos, mas continuam com grande potencial energético. Estudos do Departamento de Energia dos Estados Unidos indicam que 67% do óleo in place, ou seja, do volume total de óleo originalmente existente em um reservatório, continua intocável nos reservatórios do mundo todo. O uso de tecnologias avançadas, como a recuperação assistida e a injeção de CO2, permite extrair volumes antes economicamente inviáveis, prolongando a vida útil dos reservatórios e aumentando a produção nacional.

A exploração desses campos é especialmente importante, defende a Firjan, porque o Brasil vem buscando aumentar sua autossuficiência em energia, diminuindo a dependência de importações e fortalecendo sua posição no mercado global. Com mais de 200 campos de produção marginal e 206 campos maduros, o Brasil concentra grande parte de sua produção em terra no Norte e Nordeste. Já no estado do Rio de Janeiro, que abriga 16 desses campos, a produção offshore atingiu 240 mil barris por dia em junho de 2024, representando 70% da produção nacional.

Aumento de produção

Segundo a entidade, a análise e verificação da série histórica dos campos maduros revelam que os campos que não recebem benefício sob a produção incremental seguem ritmo de queda de produção, acumulando -35% nos volumes médios anuais entre 2020 e 2024. Já aqueles beneficiados por ajustes regulatórios aumentaram a produção em 23% no mesmo período.

A exploração desses campos, pouco atrativa para grandes empresas, abre oportunidades para produtores menores, fomentando inovação e competição no setor. Para potencializar o aproveitamento desses recursos, a Firjan destaca a importância de incentivos fiscais, desburocratização e apoio técnico, além do fortalecimento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para garantir estabilidade regulatória.

“O incentivo contínuo a investimentos nesses campos, por meio de políticas regulatórias que evoluem com o mercado, como a redução de alíquotas de royalties em produção incremental, tem se mostrado uma estratégia eficaz para prolongar a vida útil dos campos, aumentar o fator de recuperação de óleo e gás e fomentar a inclusão de tecnologias sustentáveis que reduzem a pegada de carbono da produção”, avalia Karine Fragoso, gerente geral de Petróleo, Gás, Energias e Naval da Firjan SENAI SESI.

Segundo ela, a ampliação dessas medidas pode intensificar a atratividade dos investimentos, aumentando a recuperação de óleo com menor necessidade de novos empreendimentos e aproveitando infraestruturas já existentes. Na última semana, a entidade lançou o Painel Dinâmico de Campos Maduros e Marginais, que reúne dados e informações sobre o setor.

O levantamento mostrou que, no ano passado, a produção nestes campos gerou mais de R$ 6,5 bilhões em royalties, com cerca de 70% provenientes do estado fluminense. Também em 2023, apenas os campos com benefícios de produção incremental, a partir da redução de royalties, geraram R$ 1,16 bilhão, dos quais 56% são de campos localizados no mar do Rio de Janeiro.

Entre as propostas de melhorias no ambiente regulatório estão a revisão ampla da regulamentação para incentivar a adoção dos projetos de tieback (desenvolvimento de clusters de produção); incentivar o compartilhamento de infraestrutura; manutenção e aprofundamento dos incentivos para a operação de campos maduros e de acumulações marginais; e a instituição de um preço de referência para cálculo de participações governamentais adequado à produção de campos maduros e de acumulações marginais.

A Firjan defende ainda a  manutenção do regime especial Repetro, um regime aduaneiro especial que permite a importação de equipamentos específicos para atividades de pesquisa das jazidas de petróleo e gás natural, sem a incidência dos tributos federais e do adicional de frete para renovação da marinha mercante, e ainda a exclusão do Imposto Seletivo para o setor de Petróleo e Gás Natural e uma maior celeridade no processo de licenciamento ambiental.

“Considerando que os campos destacados pelo Painel Dinâmico alcancem o patamar médio global de recuperação de óleo (30%), seria possível vislumbrar uma produção adicional de pouco mais de 4,8 bilhões de barris, o que apenas em royalties poderia se traduzir em mais de R$ 92 bilhões em arrecadação para as diferentes esferas governamentais”, conclui Karine.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNegócios

Você quer ficar por dentro das notícias de negócios e receber notificações em tempo real?