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Após a divulgação do resultado do PIB do primeiro trimestre, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) revisou, para cima, a projeção de crescimento da economia para 2024. Se antes projetava uma alta de 1,8%, agora o cálculo é de avanço de 2,2%.
Apesar da melhora do sentimento da instituição, ela ainda aponta que existem “fatores de risco para a concretização desse cenário”. Os dois principais são uma taxa de juros básica, a Selic, mais alta do que o esperado e o impacto negativo para a economia das chuvas que arrasaram o Rio Grande do Sul — a Fiesp estima perda de, pelo menos, 0,34 ponto percentual no crescimento do PIB brasileiro em 2024.
Os resultados mais positivos do que o esperado do PIB no primeiro trimestre são resultado direto, na leitura da equipe econômica da instituição de representação da indústria paulista, do pagamento de R$ 131 bilhões em precatórios no começo do ano, da criação de 730 mil vagas de trabalho e do aumento real do salário mínimo.
A Fiesp também salientou o bom desempenho dos investimentos, que aumentaram 4,1% no primeiro trimestre do ano, influenciados pela retomada da produção de bens de capital, favorecida, por sua vez, pela melhora das expectativas dos empresários. O economista-chefe da Fiesp, Igor Rocha, acredita que o investimento em máquinas e equipamentos (capital fixo) deve ser impulsionado pela aprovação da depreciação acelerada. “Os R$ 3,4 bilhões destinados para isso podem impulsionar um investimento de R$ 18 bilhões em dois anos, ou até mais se os juros caírem”, afirmou.
Houve ainda uma retomada no crescimento da indústria de transformação (+0,7%). “Contudo, o quadro esperado de menor intensidade do corte dos juros pode dificultar a trajetória de retomada consistente do setor”, escreveu, em nota, a Fiesp. A instituição agora espera crescimento de 1,5% em 2024, ante projeção de 1% feita no fim do primeiro trimestre, para o setor. Já para o PIB do estado de São Paulo, a expectativa da instituição é de crescimento de 2,4% no ano.