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Fiesp diz que 30% das indústrias já foram alvo de ataques cibernéticos

Apesar do prejuízo ao setor, levantamento da Fiesp revelou que 64% dos empresários investem no máximo 1% do faturamento em cibersegurança

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Ayrton Vignola / Fiesp
Rony Vainzof, diretor do departamento de Defesa e Segurança da Fiesp
1 de 1 Rony Vainzof, diretor do departamento de Defesa e Segurança da Fiesp - Foto: Ayrton Vignola / Fiesp

Embora o prejuízo com ataques cibernéticos no Brasil esteja estimado em R$ 1,5 trilhão apenas este ano, 52,4% das indústrias brasileiras não tratam o tema como prioridade e 64% dos empresários investem no máximo 1% do faturamento em cibersegurança. Foi o que revelou pesquisa “Maturidade da Indústria em Cibersegurança”, realizada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e apresentada nesta terça-feira (29/10) durante o VI Congresso de Segurança Cibernética, Proteção de Dados e Governança de IA.

Segundo Rony Vainzof, diretor do departamento de Defesa e Segurança da Fiesp, 38,6% das indústrias possuem um programa de governança voltada para segurança cibernética, mas apenas 15% possuem programa de governança voltado para a inteligência artificial. A pesquisa também revelou que 33% das empresas não realiza nenhuma atividade para promover a conscientização de seus funcionários sobre segurança da informação e proteção de dados.

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Otávio Margonari Russo, Diretor de Crimes Cibernéticos da Polícia Federal
Otávio Margonari Russo, Diretor de Crimes Cibernéticos da Polícia Federal
Público durante congresso de cibersegurança na Fiesp
Rony Vainzof, diretor do departamento de Defesa e Segurança da Fiesp
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Ivan de Souza Correa Filho, secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República

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Público durante congresso de cibersegurança na Fiesp

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O levantamento trouxe dados preocupantes como o fato de que 53,6% das indústrias ainda não nomearam um encarregado de proteção de dados, cargo considerado fundamental para que haja conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Nas empresas que o fizeram, o encarregado normalmente acumula funções, o que pode gerar conflitos de interesse.

“Nem tudo é dado pessoal nas organizações, mas, a partir do momento em que uma empresa passa por uma jornada de conformidade com a LGPD, automaticamente ela está tratando também segredos de negócio, informações de parceiros de uma forma também mais segura”, afirmou Vainzof.

Em sua avaliação, o dado que “mais assusta” é o fato de que 48,5% das indústrias ainda não utilizam a inteligência artificial. Outra informação destacada pelo diretor é que, praticamente, três a cada 10 fabricantes já sofreram algum tipo de ataque cibernético, com tentativas de extorsão em alguns casos. Apesar do risco, apenas 44,2% possui estrutura organizacional de segurança cibernética ou de informação.

“Em 55% dos casos, houve tentativa de extorsão por parte dos criminosos. E 72% que sofreram extorsão não fizeram pagamento. Estamos longe de estimular qualquer tipo de negociação com o criminoso. Muito pelo contrário, a regra deve ser não negociar e não pagar para que você não estimule o mercado ilícito”, pontuou Vainzof.

O levantamento revelou que 64% das indústrias investe no máximo 1% do faturamento em cibersegurança, uma alocação limitada de recursos que pode restringir a capacidade de implementar medidas de segurança capazes de responder com eficácia a ataques cibernéticos. O relatório destaca que, embora esse investimento permita a adoção de medidas básicas, o custo dos ataques está aumentando.

O fator humano é identificado como a principal vulnerabilidade das empresas, seja por falhas não intencionais ou golpes intencionais. Apenas 21% das companhias possuem um plano de resposta a incidentes, e entre essas, só 15,5% realizaram testes regulares, o que compromete a eficiência desses planos em crises reais. Além disso, menos de 20% contam com um centro de operações de segurança ativo 24/7, essencial para resposta rápida a ataques.

“A causa raiz dos incidentes é falha humana, 45%. Não adianta investir em tecnologia, em processos, se a gente tem uma falha humana”, criticou Vaizof. Segundo ele, algumas empresas mal fazem backup de informações importantes.

A pesquisa revelou ainda que apenas 4,7% das indústrias tem seguro cibernético e, destas, só duas relataram já ter utilizado o seguro. “Essa é uma outra questão super relevante que a gente também está trabalhando. A gente precisa aprimorar o seguro cibernético pra agentes de pequeno porte e elevar o nível de maturidade desses agentes  para que se viabilize economicamente termos seguros sobre os riscos”, pontuou o diretor.

A pesquisa teve a participação de 233 empresas industriais – maioria delas (62,7%) micro e pequenas – e foi realizada por meio de um formulário enviado para a base de indústrias associadas à Fiesp entre os dias 6 e 24 de maio.

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