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Entidade ajuda indústrias a formatarem projetos para captar dinheiro

Com R$ 300 bilhões para financiamentos destinados à indústria até 2026, empresários buscam ajuda para preparar projetos para obter dinheiro

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Divulgação/Firjan
Imagem simulada de vacas em um projeto de frigorífico
1 de 1 Imagem simulada de vacas em um projeto de frigorífico - Foto: Divulgação/Firjan

Sem investimentos, não há inovação. E quando há recursos suficientes, mas a captação continua sendo um desafio? Pensando em solucionar este problema, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) tem dado as mãos aos empresários para ajudá-los na captação dos R$ 5,3 bilhões que o governo federal liberou este ano para projetos voltados à inovação, produtividade, sustentabilidade e ampliação da capacidade exportadora dentro da política industrial Nova Indústria Brasil (NIB)

Somados ao volume de recursos aprovados no ano passado, já são R$ 78 bilhões liberados para o fortalecimento da indústria brasileira, por meio de linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). O acesso a estes recursos requer mais do que boas ideias. É preciso apresentar uma série de documentos, cumprir determinados requisitos e ter um projeto maduro.

Empresário do setor agromineral há 24 anos, Marcelo Pacheco conta que sempre procurou inovar para crescer, mas obter apoio financeiro nunca foi uma tarefa fácil. Em 2018, fundou uma startup, a MP Educacional, mas fracassou na tentativa de financiamento.

Este ano, finalmente, conseguiu assinar com o SESI um contrato de aporte de incentivo à inovação e começou a desenvolver seu projeto: um simulador que irá ajudar alunos em todo o país a conhecer plantas nos mais variados segmentos industriais, até mesmo no agronegócio, podendo receber treinamento com zero risco de vida, necessidade de parada na linha de produção ou de longos deslocamentos.

“Com o simulador podemos visitar locais distantes ou mesmo perigosos e fazer treinamentos e capacitar alunos, sem colocar pessoas em riscos. Em 2018, tentei obter recursos para tirar o projeto do papel, mas não consegui. Agora, saiu um aporte do SESI e estou em busca de novos recursos em um dos editais da Finep. Queremos ampliar o projeto, incluir a inteligência artificial, aperfeiçoar o simulador”, conta Marcelo.

A demora na obtenção de crédito o desanimou, mas não o suficiente para desistir. “Muita gente fica pelo meio do caminho. A indústria é muito mais veloz que o processo acadêmico, e todos os fomentos sempre são direcionados para as universidades e não para as empresas. Nos Estados Unidos, os grandes investimentos são realizados nas indústrias e as universidades participam  do processo da solução”, ressalta o empreendedor. 

Ele é um dos 40 empresários que a Firjan pegou pela mão para ajudar no processo de captação, auxiliando, inclusive, na escrita e submissão de projetos.

“A gente nunca viu tanto recurso disponível para as empresas. São R$ 300 bilhões para financiamentos destinados à nova política industrial até 2026. Só no início deste ano, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) publicou 11 editais, um volume de recursos sem precedentes, mas grande parte dos empresários não tem experiência na escrita e submissão de projetos. Damos apoio antes, durante e depois, na prestação de contas”, explica Tami Vivas, coordenadora de Captação de Recursos da Firjan.

Para atender empresários em todo o estado, a entidade tem realizado eventos pelo interior justamente por reconhecer a necessidade de educar e explicar como devem ser feitas as captações de recursos. A ideia é desmitificar e mostrar que todos podem ter acessos aos recursos, desde que cumpram os requisitos de cada edital.

“Não é fácil ter acesso a estes recursos. Os editais têm requisitos, são projetos grandes e exigem algumas particularidades para que o projeto seja considerado. Não deixamos as indústrias sozinhas, a gente senta e faz tudo a quatro mãos. São empresas em diferentes níveis participando dos editais da Finep, por exemplo. Estamos otimistas, só que sabemos que alguns projetos ainda estão imaturos e não devem entrar nesta rodada”, detalha Tami.

Ainda que os projetos não sejam aceitos em um primeiro momento, a coordenadora de captação explica que não há impedimentos para reapresentação. Antes do NIB, havia um período para submissão do projeto, mas agora o fluxo é contínuo, permitindo que projetos possam amadurecer e tentar novamente a obtenção dos investimentos.

“O fato de ter sido feito um anúncio de que há uma grande política industrial, tem facilitado a compreensão e o acesso aos recursos. Havia a percepção de que a Finep é sempre só para as grandes indústrias. Estas são crenças que ainda existem no país, mas que estamos quebrando para mostrar que a inovação é para todas as indústrias do país”, conclui Carla Giordano, gerente Regional de Pesquisa e Serviços Tecnológicos da Firjan.

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