CNI mantém projeção de crescimento do PIB em 2,4% para 2024
CNI também prevê aumento de 2,8% no consumo das famílias, de 4% dos investimentos e de 2,2% da indústria de transformação
atualizado
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A Confederação Nacional da Indústria (CNI) manteve a projeção de crescimento do PIB em 2,4% e elevou a previsão para de 2,3% para o PIB industrial em 2024, de acordo com o Informe Conjuntural do segundo trimestre deste ano. A instituição também prevê aumento de 2,8% no consumo das famílias, de 4% dos investimentos e de 2,2% da indústria de transformação, mesmo com desafios como as enchentes do Rio Grande do Sul e as paralisações dos trabalhadores do setor automotivo.
Na avaliação do presidente da CNI, Ricardo Alban, embora a previsão para o PIB seja de manutenção do impulso à atividade econômica, o cenário atual mostra incertezas para esse ritmo de crescimento.
“Ainda existem desafios para a continuidade do bom desempenho da atividade econômica para o restante do ano, como o cenário fiscal, a taxa de câmbio em trajetória de alta e a interrupção da tendência de queda da taxa Selic, que manterá a política monetária em campo fortemente restritivo”, avalia Alban.
A expectativa da CNI é que a Selic encerre 2024 em 10,5% ao ano, acima dos 9% previstos anteriormente. Com isso, a taxa de juros real deve encerrar 2024 com 1,6 ponto percentual acima da taxa de juros real neutra e a política monetária se manterá em campo restritivo até o fim do ano.
Já o consumo das famílias deve encerrar 2024 com alta de 2,8%. No primeiro trimestre, a expectativa era 2,5%. A estimativa está alinhada com o crescimento do consumo das famílias em 1,5% no primeiro trimestre de 2024, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O mercado de trabalho aquecido, que garantiu ampliação da renda disponível; políticas de transferência de renda, como o Bolsa Família e o aumento do salário mínimo; e a melhora na concessão de crédito são os principais fatores para esse aumento.
Recuperação do RS
A expectativa da instituição para o investimento em 2024 aumentou de 2,8% para 4%, frente a 2023. O crescimento de 4,1% do investimento no primeiro trimestre apontado pelo IBGE foi influenciado pela base de comparação fraca de 2023 (quando o indicador caiu 3,0%), pelas importações de máquinas e equipamentos e pelas taxas de juros menores que as de 2023.
Já havia a perspectiva de melhor desempenho da indústria da construção em 2024, influenciado por fatores como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e pelas mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida. Agora, ainda há o esforço de reconstrução do Rio Grande do Sul, com participação importante de estímulos fiscais e creditícios, que exigirão grande participação do setor.
Além disso, também seguem as expectativas de que programas como o de Depreciação Acelerada, o novo Marco Legal das Garantias e a Nova Indústria Brasil deem suporte para o aumento dos investimentos.
Apesar das quedas apresentadas pela indústria de transformação em maio devido às enchentes do Rio Grande do Sul e às greves no setor automotivo, a CNI entende que o setor ainda será beneficiado pelo aumento da demanda interna e prevê crescimento de 2,2% em 2024. No início do ano, a expectativa da CNI era de 1,7% para este ano.
Segundo o informe, as concessões totais de crédito devem aumentar 6,2% este ano devido às reduções da Selic e ao aumento da massa de rendimentos reais, que ajudam a reduzir a inadimplência e o comprometimento de renda das famílias.
Para o setor agropecuário, a CNI acredita que haverá uma queda de 4% em 2024, pois a estimativa de safra de cereais, oleaginosas e leguminosas tem sido revisada para baixo por conta dos impactos climáticos do El Niño. Ainda que a expectativa para a produção animal seja de alta, o desempenho positivo deve apenas atenuar a queda da produção vegetal.
Sobre o Informe Conjuntural
O Informe Conjuntural é um relatório trimestral realizado pela área econômica da CNI a respeito do cenário econômico no qual a indústria brasileira está inserida.
O relatório aborda a análise da atividade econômica, emprego, renda, inflação, juros, crédito, política fiscal e setor externo, além de contar com as projeções da CNI para o ano corrente.