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Brasil ocupa 44º lugar em índice global de acesso e uso de tecnologias

O índice foi publicado pelo Portulans Institute e pela Universidade de Oxford em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI)

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O Brasil ocupa a 44ª posição global e a 3ª nas Américas no Índice de Prontidão Digital 2024 (NRI, na sigla em inglês), que avalia 133 economias com 54 indicadores de uso e acesso a tecnologias de informação e comunicação (TICs). O índice foi publicado pelo Portulans Institute e pela Universidade de Oxford em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Amazon Web Services (AWS).

Segundo o levantamento, o Brasil apresenta desenvolvimento digital moderado, com resultados consistentes nos quatro pilares: tecnologia, pessoas, governança e impacto. Pelo terceiro ano consecutivo, Estados Unidos lideram, seguidos por Singapura e Finlândia. Entre os destaques do top 10 estão a Suécia, que subiu para o 4º lugar; a Coreia do Sul, que avançou para o 5º; e o Reino Unido, que chegou a 8º. Países Baixos, Suíça, Alemanha e Dinamarca completam a lista dos dez primeiros.

A China é o único país de renda média no top 20, ocupando o 17º lugar, demonstrando como economias em desenvolvimento podem superar desafios estruturais.

Destaques positivos do Brasil

Em 2019, quando o ranking avaliou 121 economias e 62 indicadores, o Brasil esteve no 59º lugar. De lá para cá, subiu 15 posições. Em 2024, repetiu o 44º lugar geral, mesmo desempenho do ano anterior. A edição mais recente mostra boas avaliações do Brasil no pilar pessoas (49º), no qual os subpilares de adoção de tecnologia por governos (47º) e negócios (37º) se equilibram com a adoção por indivíduos (83º).

Dos 54 indicadores, a economia brasileira é destaque em escala de mercado doméstico (8º) e E-participação (11º), além de serviços on-line do governo (14º). Por outro lado, apresenta dificuldades em promoção de tecnologias emergentes pelo governo (82º) e em habilidades em TIC no sistema educacional (106º).

O índice evidencia ainda desafios de qualidade regulatória (84º) e acesso à infraestrutura digital (57º), sendo um indicador preocupante a cobertura da população com menos rede móvel 3G (102º). A área de inclusão digital (21º) é promissora, acompanhando os esforços de redução do gap de gênero no uso de internet (8º), assim como do uso de pagamento digital na zona rural (25º).

Segundo Ricardo Alban, presidente da CNI, a prontidão digital é uma estratégia essencial para a competitividade econômica. “A transformação digital só será possível com parcerias robustas entre governos, empresas e a sociedade civil”, afirmou, destacando iniciativas que podem servir de modelo global.

A colaboração entre instituições como a AWS e o Portulans Institute enfatiza a interdependência entre políticas públicas e inovação tecnológica para construir um futuro digital mais inclusivo.

“O programa Brasil Mais Produtivo, implementado por vários parceiros, incluindo o governo brasileiro e o Senai, é um exemplo de parceria público-privada. O programa avalia a prontidão digital das empresas e oferece apoio financeiro para a adoção e o desenvolvimento de tecnologias digitais”, citou.

Segundo Alban, iniciativas como essa podem servir de modelo para implementação global com o apoio de países desenvolvidos e organizações internacionais. O tema da edição deste ano é Construindo um Amanhã Digital: Investimentos Público-Privados e Colaboração Global para a Prontidão Digital.

Para o professor Soumitra Dutta, cofundador e presidente do Portulans Institute, coeditor do NRI e reitor da Saïd Business School, à medida em que a transformação digital acelera, fica mais evidente a importância das parcerias.

“Trabalhando juntos, governos, empresas e sociedade civil podem criar estruturas robustas de governança, estabilidade e confiança, que permitem à tecnologia alcançar todo o seu potencial em melhorar o bem-estar social e econômico. Os resultados enfatizam a interdependência entre políticas, inovação e impacto social, ajudando a traçar um caminho para um ecossistema digital resiliente”, ressaltou Dutta.

Domínio europeu

Os melhores desempenhos no índice continuam sendo de economias avançadas da Europa, Américas, Ásia e Pacífico. Entre os 25 primeiros países, a Europa tem 17 representantes, predominantemente das regiões ocidental e escandinava. O Leste e Sudeste Asiático contribuem com quatro economias — Singapura, Coreia do Sul, China e Japão. A Oceania é representada pela Austrália e Nova Zelândia, e a América do Norte tem os EUA e Canadá.

Em termos de distribuição de renda, dos países analisados, 52 são de alta renda, 36 de renda média alta, 32 de renda média baixa e 13 de baixa renda. Assim como o Brasil nas Américas, economias de renda média e baixa, como China, Ucrânia, Vietnã e Quênia, alcançaram pontuações que superam as tendências considerando o PIB per capita. A China, notavelmente, subiu no ranking, conquistando a 17ª posição e permanecendo a única economia de renda média no top 20. Na África e na região Ásia-Pacífico, Ruanda e Quirguistão se destacam.

Bruno Lanvin, coeditor do NRI, afirma que “dados não são o novo petróleo, mas sim o novo ar”. Segundo ele, há um esforço do setor privado e público em todo o mundo para uma economia digital global que ainda não está completamente traçada nem devidamente governada.

“Em um contexto tão fluido, ferramentas como o Índice de Prontidão para Redes, que fornecem métricas definitivas, serão uma condição necessária para tomar as decisões corretas”, afirmou.

Para Jeffrey B. Kratz, vice-presidente de Vendas para o Setor Público Global da AWS, construir um amanhã digital exige não apenas avanços tecnológicos, mas também uma visão compartilhada e um compromisso com a colaboração global. “Ao continuar a investir nessas parcerias e fomentar um ecossistema global de inovação, podemos garantir que os benefícios da transformação digital sejam realizados por todos, criando um mundo mais conectado, eficiente e equitativo”, defendeu.

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