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BNDES mira no crédito barato para micro e pequenas empresas

Banco já investiu no Plano Mais Produção mais R$ 154 bilhões em mais 120 mil operações. Diretor diz que BNDES pensa em soluções para avanços

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Ayrton Vignola/Fiesp
Marcelo Porteiro Cardoso, Superintendente de Operações e Canais Digitais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
1 de 1 Marcelo Porteiro Cardoso, Superintendente de Operações e Canais Digitais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - Foto: Ayrton Vignola/Fiesp

A importância do crédito para a indústria foi debatida durante o 16º Congresso da Micro e Pequena Indústria, realizado nesta quarta-feira (6/11) na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Ciente dos desafios do setor para obter crédito barato e fácil, Marcelo Porteiro Cardoso, Superintendente de Operações e Canais Digitais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), destacou que o banco vem pensando em soluções, produtos e políticas que possam fazer com que a indústria avance.

Tamanho interesse tem um motivo. Hoje, mais de 70% dos empregos no Brasil são gerados por micro, pequenos e médios negócios, o que tem feito o banco aumentar o investimento no setor. Entre 2023 e 2024, o BNDES já investiu no Plano Mais Produção mais R$ 154 bilhões em mais 120 mil operações.

“A política industrial no mundo vem sendo reconstruída no pós-Covid, vem sendo fortalecida e isso lança um desafio de competitividade global para as nossas empresas. Como que a gente se posiciona nesse novo mundo com tantos incentivos, e com tantas políticas voltadas para a indústria”, questionou para, em seguida, lembrar que o BNDES está integrado ao Nova Indústria Brasil para ajudar a alavancar crédito para o setor.

“A gente está desenvolvendo o plano Mais Produção, com um volume de crédito extraordinário, bastante importante para a indústria, com foco na digitalização inovação e também na transição ecológica. Falar de transição de adaptação climática é sempre importante. Estamos vendo o que está acontecendo com os desastres climáticos em várias partes do mundo. Tivemos aqui no Rio Grande do Sul um grande impacto econômico e social. Agora, na Espanha. Então, de fato, é um desafio para a sociedade”, pontuou.

Cardoso reforçou que a transição energética é fundamental para um mundo mais sustentável e reforçou que o BNDES está preparado  “para apoiar esses investimentos”.

Segundo ele, em aprovações, considerando a data base até setembro, o banco já investiu no Plano Mais Produção, mais R$ 154 bilhões entre 2023 e 2024, com mais 120 mil operações. “Isso representa mais 59% dos recursos que estavam programados até 2026. Na indústria a gente teve uma ampliação bastante expressiva nas aprovações, considerando o primeiro semestre de 2024 foi mais de 157% de crescimento. E agora, em setembro, a indústria alcançou um patamar de 27% nas aprovações do BNDES, compatível com os desafios que a gente tem pela frente”, contou.

Os resultados, acredita Cardoso, já começam a aparecer. “A indústria vem respondendo, o ritmo de crescimento vem acima do esperado. A gente tem uma revisão aqui da própria Fiesp da produção industrial de 2.2% para 2.9% em 2024%. Então, a gente acredita que, de fato, a política pública, quando ela é bem dosada, ela é bem desenhada e bem aplicada, tem essa capacidade de contribuir para o desenvolvimento econômico sustentável”, analisou.

Em sua avaliação, o Fundo Garantidor tem se mostrado muito efetivo, garantindo até 80% do risco de crédito das operações. Em 2023, foram mais de 111 mil clientes apoiados com mais de R$ 43 bilhões de crédito performado.

“Em 2024, a gente colocou à disposição mais de R$ 100 bilhões em créditos garantidos sem a necessidade de nenhum aporte adicional de recurso por parte do Tesouro. Os recursos que lá estavam, considerando que a inadimplência que foi observada no fundo foi uma inadimplência controlada, a gente conseguiu fazer uma reciclagem desses recursos e reaplicar na economia. Então, houve também uma construção inovadora e que permitiu a gente realavancar o fundo”, explicou.

Crédito Digital

Antes de encerrar sua participação no Congresso, Cardoso celebrou o novo produto, o BNDES Crédito Digital, lançado nesta terça-feira (5/11) e que vai conceder crédito para micro e pequenas empresas com instituições financeiras parceiras de forma ágil e fácil. Sicredi e BTG já iniciaram a operacionalização da nova solução em suas plataformas digitais.

A solicitação do crédito poderá ser feita nos aplicativos para os dispositivos móveis das instituições parceiras e também por meio de seus respectivos internet bankings e o financiamento poderá ser obtido com uma taxa fixa a partir de 1,49% ao mês e prazos de até 60 meses.

O procedimento de contratação leva apenas alguns minutos e o dinheiro cai na conta no mesmo dia. O lançamento do novo serviço envolveu investimento de R$ 1 bilhão. Espera-se que, nos próximos meses, outras instituições financeiras credenciadas no BNDES iniciem a operacionalização.

“Esse produto nasceu justamente das discussões aqui na Fiesp, umanconstrução colaborativa com outras entidades empresariais e também com os bancos, o que nos permitiu chegar nessa solução bastante promissora. A gente está falando de um crédito 100% digital, baseado no aplicativo dos bancos parceiros. Uma jornada muito fluida, um crédito pré-aprovado. A gente tem a história de sucesso do cartão BNDES, mas aqui a gente está indo além. A gente está indo realmente na fronteira do digital, fazendo crédito chegar no mesmo dia. O crédito cai na conta no mesmo dia, o que é uma baita inovação”, celebrou.

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