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B20 Brasil propõe soluções para impulsionar a descarbonização mundial

Força-tarefa de braço empresarial brasileiro do G20 se reuniu para discutir recomendações sobre transição energética e clima

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Aluísio Moreira/SEI
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1 de 1 Imagem de geradores de energia eólica - Metrópoles - Foto: Aluísio Moreira/SEI

Acelerar o desenvolvimento e o uso de soluções de energia renováveis e sustentáveis, dobrar a eficiência energética, promover economia circular e soluções naturais eficazes para mitigar as mudanças climáticas e ainda aumentar a biodiversidade. Essas são as  principais recomendações da força-tarefa da Transição Energética e Clima do Business 20 (B20) Brasil, braço empresarial do G20 coordenado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Liderada pelo CEO da Raízen, Ricardo Mussa, a força-tarefa se debruçou na busca de soluções para o clima por conta do crescimento das emissões globais que, em 2023, voltaram a atingir níveis sem precedentes. Mesmo que todos os países cumpram seus compromissos atuais, estimativas do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC) indicam que as emissões globais ainda excederão o limiar de 1,5°C.

“A transição para uma economia de baixo carbono é cada vez mais urgente. Precisamos de soluções renováveis, sustentáveis, eficientes e, principalmente, disponíveis em um horizonte factível para garantirmos a segurança energética e mantermos as metas do Acordo de Paris. Promover soluções climáticas naturais é um passo vital para restaurar ecossistemas e garantir benefícios climáticos duradouros. Como líder dessa força-tarefa, acredito firmemente que nossas recomendações são essenciais para juntos enfrentarmos os desafios globais”, afirma Ricardo Mussa.

O desafio de lidar com o impacto climático, passa também pelo enfrentamento dos problemas socioeconômicos, e do reconhecimento de que a sociedade exige um equilíbrio entre uma energia segura, descarbonizada e acessível.

Os integrantes da força-tarefa acreditam que a transformação para um futuro de baixo carbono, enquanto se promove a preservação e restauração ambiental, só é possível quando empresas e governos trabalham juntos. Para o B20, é importante que o problema seja abordado a partir de uma perspectiva global, destacando a necessidade de soluções para enfrentar essas questões e financiar ações de longo prazo.

A primeira recomendação do grupo pretende acelerar o desenvolvimento e o uso de um portfólio de soluções  energéticas renováveis e sustentáveis para impulsionar a descarbonização  no curto (2030) e longo prazo (2050), garantindo a segurança  energética.

Para tanto, é preciso elaborar regimes de políticas, regulações e incentivos para triplicar a capacidade energética renovável até 2030, expandir a infraestrutura das redes e acelerar a ampla eletrificação para garantir acesso justo, responsável, eficiente e confiável à energia e tentar alcançar as metas  do Acordo de Paris.

O Brasil e os outros países também precisam criar mecanismos e iniciativas para explorar o potencial sustentável e a  prontidão de bioenergia e biocombustíveis para descarbonização, acelerando o alcance do net zero e garantindo a segurança alimentar.

O grupo também recomenda que os países dobrem a taxa média anual de melhoria da eficiência energética global até 2030, ao mesmo tempo em que se promove a eficiência dos recursos e a economia circular. A meta pode ser alcançada com o desenvolvimento de políticas que considerem o ciclo de vida dos materiais e fomentando programas de financiamento e conscientização para aumentar a  adoção de práticas circulares.

Por fim, o grupo acredita ser necessário promover soluções naturais eficazes para mitigar as mudanças climáticas e aumentar a biodiversidade, desenvolvendo uma cadeia de valor robusta para escalar projetos de proteção e restauração de alta integridade e melhorar os mecanismos de financiamento e mercado para desenvolver essas iniciativas.

Desafios globais

Também foram criados grupos de trabalho formados por empresários do Brasil e dos outros países, membros do G20, para debater propostas de outros temas urgentes como Comércio e Investimento, Finanças e Infraestrutura, Emprego e Educação, Transformação Digital, Integridade e Compliance, Sistemas Alimentares Sustentáveis e Agricultura, além do Conselho de ação Mulheres, Diversidade e Inclusão em Negócios.

Os trabalhos tiveram subsídios de estudos de consultorias globais. Ao longo do ano, mais de 1.200 representantes de diferentes setores se reuniram. Agora, o grupo se prepara para o B20 Summit Brasil, nos dias 24 e 25 de outubro, em São Paulo, evento que prepara o caminho para a formulação de políticas públicas nas reuniões de cúpula dos chefes de Estado nos dias 18 e 19 de novembro no Rio.

Ao todo, são 24 recomendações do B20 para o enfrentamento da crise climática global e para lidar com a necessidade urgente de uma transição energética igualitária. De acordo com dados da COP28 e do Climate Policy Initiative, será preciso investir de US$ 5 a US$ 8,5 bilhões por ano até 2030 para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).

Na avaliação de Ricardo Alban, presidente do Conselho Consultivo do B20 Brasil e presidente da CNI, os desafios econômicos, geopolíticos, sociais, de saúde e segurança sanitária do panorama atual demandam ações rápidas e globalmente coordenadas.

“O G20 e o B20 são grandes catalisadores para avançar nas mudanças e nos compromissos necessários para um futuro mais justo e promissor para todos, e o Brasil tem essa chance singular de unir os países e segmentos empresariais em prol de propósitos comuns para a construção de um modelo de crescimento econômico vigoroso, mais inclusivo e sustentável”, concluiu Alban.

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