Inadimplência de empresas é recorde e dívidas somam R$ 114,8 bilhões
Segundo pesquisa da Serasa Experian, para cada CNPJ, de um total de 6,49 milhões de companhias, há, em média, 7,1 dívidas de R$ 2,5 mil
atualizado
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O número de empresas inadimplentes no Brasil atingiu 6,49 milhões em março deste ano. O total representa um crescimento de 0,4% sobre o mesmo mês de 2022, quando elas somavam 6,46 milhões. Essas companhias têm 46,1 milhões de dívidas negativadas, cujo valor chega a R$ 114,8 bilhões. Em média, para cada CNPJ, há 7,1 dívidas de R$ 2,5 mil. Os dados fazem parte de uma pesquisa realizada pela Serasa Experian, obtida com exclusividade pelo Metrópoles.
Embora o total de devedoras tenha crescido 0,4% em um ano – e atingido o maior patamar da série histórica, iniciada em 2016 –, o valor dos débitos avançou 15% no mesmo período, saindo de R$ 99,8 bilhões para R$ 114,8 bilhões. O número de dívidas aumentou 5%, passando de 43,8 milhões para 46,1 milhões. Ou seja, enquanto companhias endividadas e os débitos aumentaram, mas num ritmo menor, a quantia em reais das dívidas cresceu em ritmo muito maior.
Para Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, alguns fatores explicam essa diferença na velocidade de avanço entre o número e o valor dos débitos. “Dos 15% de crescimento no montante das dívidas, 6% são explicados pelo aumento na quantidade de empresas negativadas e 5,4% têm a ver com a elevação da inflação nesse período”, diz.
Em relação aos 3,6% restantes, afirma o técnico: “Eles podem estar relacionados ao fato de que houve um aumento na participação das dívidas financeiras no total da inadimplência. Elas passaram de 21,5%, em março de 2022, para 22,6%, no mesmo mês deste ano. Essas dividas costumam ter um ticket médio mais alto do que as não financeiras (como as comerciais, por exemplo).”
Entre 6,49 milhões de companhias brasileiras inadimplentes em março, 5,76 milhões, o equivalente a quase 90% do total, eram micro e pequenas empresas (MPEs). Esse número cresceu 4,5% em relação ao mesmo mês do ano passado e 0,2% sobre fevereiro deste ano.