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Ibovespa vira e opera em queda após mercado reagir à fala de Lula

Operadores do mercado veem risco à responsabilidade fiscal após Lula dizer a empresários que o “governo está arrumando a casa”

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1 de 1 Imagem colorida de painel da Bolsa de Valores do Brasil - Metrópoles - Foto: Cris Faga/NurPhoto via Getty Images

A quarta-feira (12/6) já estava “precificada” pelo mercado financeiro como um dia turbulento, com as divulgações da inflação nos Estados Unidos e da nova taxa de juros do Federal Reserve, o banco central norte-americano, mas a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a empresários, na parte da manhã, no Rio de Janeiro, pressionou ainda mais as mesas de operações.

Lula disse que “o governo está arrumando a casa” e “colocando as contas públicas em ordem”, mas o mercado interpretou que existe um descontrole fiscal, o dólar subiu ainda mais e o Ibovespa virou e passou a operar em queda de mais de 1%.

O Ibovespa, principal índice da B3, a bolsa de valores com sede em São Paulo, abriu em alta em relação a ontem, batendo em 122.455 pontos, mas depois da fala de Lula o sinal inverteu e, às 14h26, operava em baixa de 1,09%, aos 120.308 pontos.

O Ibovespa reflete as movimentações as ações mais negociadas e representa 80% do mercado.

Dólar em alta

O dólar chegou a alcançar R$ 5,4286 às 10h59, mas recuou e às 14h27 operava a R$ 5,381, em alta de 0,39% ante o fechamento de ontem. São máximas não vistas desde dezembro de 2022, período da transição política após a eleição do próprio Lula.

A economista-chefe do Ouribank, Cristiane Quartaroli, avalia que a fala do presidente somada à devolução da Medida Provisória 1.227, anunciada na noite dessa terça-feira (11/6) pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), criaram o clima instável no mercado.

“Acho que a principal questão do câmbio hoje é interna, por conta do ruído político grande entre governo e Senado, agravado pela devolução da MP 1.227, e pela fala do presidente Lula pela manhã”, disse Cristiane.

Segundo ela, esse ruído “reforça a preocupação do mercado” com o lado fiscal. “O governo está tomando medidas pensando em aumentar a receita e pensamento pouco voltado em diminuir despesas. A aversão ao risco está vindo daí hoje”, afirmou.

Cristiane também avaliou que uma parcela da cautela do mercado se dá por conta do cenário externo, à espera da divulgação, na tarde desta quarta-feira (12/6), das taxas de juros que serão adotadas pelo Federal Reserve. A expectativa é de manutenção do intervalo de 5,25% a 5,5%.

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