Ibovespa opera com forte volatilidade; dólar segue em alta
Às 11h37, Ibovespa avançava 0,23%; mercado se anima com dados de emprego nos EUA, mas se preocupa com falas de Lula sobre o Banco Central
atualizado
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O Ibovespa, principal indicador do desempenho das ações negociadas na Bolsa de Valores brasileira, operava com forte volatilidade no fim da manhã desta sexta-feira (3/2), no último pregão da semana, alternando altas e baixas desde o início da sessão.
Às 11h37, o índice avançava 0,23%, aos 110.398,65 pontos.
A cotação máxima desta manhã foi de 110,4 mil pontos. Na mínima, o Ibovespa recuou para 109,1 mil pontos. O volume negociado no pregão era de R$ 6,1 bilhões.
No dia anterior, o Ibovespa fechou em forte queda (-1,7%), puxado pela baixa nas ações da Vale e da Petrobras.
Com o resultado, o indicador da B3 acumula perdas de 1,95% nesta semana. No acumulado de 2023, a alta é de 0,36%.
No pregão desta sexta, ao contrário da véspera, as ações de Vale e Petrobras se recuperam e puxam o índice para cima.
A ação preferencial da Petrobras subia 2,5%, a R$ 25,14 e se colocava entre as cinco maiores altas do dia no balanço parcial. A ação ordinária da Vale avançava 1,12%, a R$ 90,22.
Dólar
Mantendo a trajetória desde o início da manhã, o dólar seguia em forte alta, avançando 1,4% por volta do meio-dia, negociado a R$ 5,116.
Na véspera, o dólar fechou a sessão em queda de 0,3%, a R$ 5,045, no menor valor de fechamento desde agosto do ano passado.
Na sessão de quinta-feira (2/2), a moeda chegou à mínima de R$ 4,941. O dólar não era negociado abaixo de R$ 5 havia oito meses, desde o dia 10 de junho de 2022, quando foi a R$ 4,8853 durante o pregão e fechou em R$ 4,9871.
Com o resultado da última sessão, a moeda americana acumula perda de 1,3% nesta semana e de 4,43% em 2023.
Declarações de Lula e emprego nos EUA
O mercado repercute as críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Banco Central (BC), no cenário interno, e os dados de emprego dos Estados Unidos, no âmbito externo.
Em entrevista exibida pela RedeTV!, o chefe do Executivo voltou a colocar em xeque a autonomia do BC, deixando em aberto a possibilidade de rever o modelo quando terminar o mandato do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto.
Em fevereiro de 2021, o então presidente Jair Bolsonaro sancionou o projeto que deu autonomia ao BC e, assim, limitou a influência do Executivo sobre as decisões relacionadas à política monetária.
Pela regra vigente desde então, os mandatos do chefe do BC e do titular do Palácio do Planalto não são mais coincidentes. O presidente do banco assume sempre no primeiro dia útil do terceiro ano de cada governo. Assim, o chefe do Executivo federal só pode efetuar uma troca no comando do BC a partir do segundo ano de gestão. No caso de Lula, isso só acontecerá em 2024.
“Quero saber do que serviu a independência do Banco Central. Eu vou esperar esse cidadão [Campos Neto] terminar o mandato dele para fazermos uma avaliação do que significou o BC independente”, afirmou Lula.
Questionado se poderia rever a autonomia do BC após o fim do mandato de Campos Neto, Lula respondeu: “Eu acho que pode, mas quero dizer que isso é irrelevante para mim. Isso é irrelevante, não está na minha pauta. O que está na pauta é a questão da taxa de juros”.
Superando as expectativas do mercado, os Estados Unidos criaram 517 mil vagas de trabalho em janeiro (sem contar o setor agrícola), informou nesta sexta-feira (3/2) o Departamento do Trabalho do governo americano.
O percentual de desemprego ficou em 3,4% em janeiro, com um total de 5,7 milhões de desempregados no país – é a taxa mais baixa no país desde 1969. Em dezembro, o índice foi de 3,5% e, em novembro, de 3,7%.