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Ibovespa cai pelo 9º pregão seguido, maior série negativa em 25 anos

Apesar da sucessão de quedas, analistas observam que reduções diárias do índice têm sido pequenas. O dólar fechou em alta, cotado a R$ 4,90

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1 de 1 Graficos - economia, bolsa de valores, investimento - PIB - Ações - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O Ibovespa fechou em queda de 0,24%, aos 118.065 pontos, nesta sexta-feira (11/8). Esse foi o nono recuo seguido do principal índice da Bolsa brasileira (B3). De acordo com dados da plataforma TradeMap, sucessões tão longas de recuos só ocorreram outras duas vezes desde 1994, quando foi lançado o Plano Real. A última delas deu-se em agosto de 1998, há 25 anos, portanto.

O tamanho das quedas do Ibovespa nessas três ocasiões, porém, foi bem diferente. Em agosto de 2023, o índice acumula redução de 3,18% nos nove pregões nos quais permaneceu no vermelho. Em 1998, esse número foi de 23,06% e, em 1995, de 27,29%. “Por isso, a sequência atual não é motivo de alarme”, diz Leonardo Santana, analista da plataforma de análise e educação financeira Top Gain.

Na avaliação de especialistas, as baixas da Bolsa, como o caso desta sexta-feira, estão relacionadas, principalmente, ao cenário externo. Elas refletem os temores com a manutenção dos juros altos por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) e a difícil recuperação econômica da China.

Para Rafael Pacheco, economista da Guide Investimentos, informações recém-divulgadas sobre a inflação para o produtor nos Estados Unidos, que vieram acima do esperado, e sobre queda dos empréstimos bancários entre os chineses puxaram para baixo o Ibovespa no pregão desta sexta. Com isso, houve desvalorização na B3 de papéis de empresas ligadas à demanda externa, caso da Vale e da Petrobras, com grande peso no índice.

Quadro interno

No quadro interno, o IPCA de julho, de 0,12%, poderia ter piorado o desempenho do Ibovespa, porque superou as estimativas dos analistas. Eles apontavam para uma alta entre 0,07% e 0,09%. Mas houve uma melhora do índice, por exemplo, nos componentes relacionados ao setor de serviços, onde a inflação tende a ser mais resiliente.

Os investidores, a partir desses dados, passaram a especular sobre uma queda da Selic mais intensa, com corte de 0,75 ponto percentual. O Banco Central (BC) já indicou uma redução de 0,50 ponto percentual da taxa básica de juros do país nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).

“Leves quedas”

Para Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, os fatos relacionados à China e aos Estados Unidos reduzem a motivação dos investidores, mas isso não quer dizer que eles estejam especialmente pessimistas. “Vimos o mercado andando de lado nesses últimos dias”, diz. “Na prática, tivemos apenas leves movimentos de queda.”

Sobe e desce

De acordo com a TradeMap, as ações que mais subiram no Ibovespa nesta sexta foram as do grupo educacional Yduqs (YDUQ3, 8,16%), Sabesp (SBSP3, 5,64%) e Copel (CPLE6, 6,42%). As maiores quedas ficaram com Locaweb (LWSA3, -8,08%), Grupo Soma (SOMA3, -7,32%) e a aérea Azul (AZUL4, -6,42%).

Dólar

Sob influência dos mesmos fatores, o dólar fechou em alta de 0,44% nesta sexta, cotado a R$ 4,903. Na semana, a moeda americano avançou 0,59% contra o real.

 

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