Haddad, Tebet e Mercadante participam de encontro na Febraban nesta 3ª
Nomes da equipe econômica do governo Lula se reúnem com representantes do setor bancário e tentam diminuir desconfiança do mercado
atualizado
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Alguns dos principais nomes da equipe econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva participam nesta terça-feira (31/1) de um encontro promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em São Paulo.
Os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento) e Esther Dweck (Gestão e Inovação Pública) falarão aos membros do conselho da Febraban sobre a conjuntura econômica do país e as principais ações desenvolvidas por cada pasta.
Além deles, também foram convidados e devem participar do encontro o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante.
Todos foram convidados pelo presidente da Febraban, Isaac Sidney. O conselho da entidade é composto por dirigentes das principais instituições financeiras do país e representantes de segmentos empresariais. O presidente do órgão é o CEO do Bradesco, Octavio de Lazari.
Na véspera, Haddad esteve reunido com o CEO do Itaú Unibanco, Milton Maluhy, no escritório do Ministério da Fazenda em São Paulo. O ministro também recebeu o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, e participou da reunião de diretoria da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Em novembro do ano passado, Haddad passou por uma espécie de “batismo” ao comparecer ao Almoço Anual de Dirigentes de Bancos promovido pela Febraban, na capital paulista. O encontro reuniu cerca de 350 convidados, entre CEOs de instituições financeiras, representantes de comitês executivos de bancos, políticos e outras autoridades.
Falando em nome de Lula na ocasião, mesmo sem ainda ter sido nomeado ministro da Fazenda àquela altura, Haddad afirmou, durante a reunião, que a reforma tributária seria “prioridade total” do futuro governo.
Três meses depois, Haddad volta à Febraban, agora como ministro da Fazenda. Nos bastidores, uma das missões do petista é acalmar amplos setores do mercado financeiro, que reagiram com preocupação e perplexidade às declarações de Lula no dia 12 de janeiro, durante café da manhã com jornalistas no Palácio do Planalto.
“É preciso parar de utilizar a palavra ‘gasto’, porque o mercado construiu uma narrativa de que tudo que você faz no Brasil que não seja pagamento de juros é gasto. Não sei se vocês já perceberam: qualquer dinheiro que vai para a saúde é gasto. Qualquer dinheiro que vai para a educação é gasto. Qualquer dinheiro para pagar aumento de salários é gasto”, disse Lula na ocasião.
“Às vezes, eu fico muito, mas muito irritado. E peço desculpas às pessoas, porque o mercado não tem coração, não tem sensibilidade, não tem humanismo, não tem nada de solidariedade. É só o ‘venha a nós o vosso reino’. O governo tem obrigação de cuidar das pessoas mais necessitadas e pronto”, completou o presidente.
Em uma entrevista à GloboNews no dia 18, Lula disse que a autonomia do Banco Central era uma “bobagem” e que a atual meta de inflação atrapalha o crescimento econômico do país. Como o Metrópoles mostrou, essas declarações aumentaram a desconfiança do mercado em relação ao governo.