Haddad prevê crescimento acima de 2,5% do PIB nos quatro anos de Lula
Em evento em São Paulo, ministro da Fazenda disse que há otimismo no mundo com desempenho da economia brasileira
atualizado
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estimou, nesta quarta-feira (25/9), que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve crescer acima de 2,5% durante os quatro anos de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A afirmação foi feita em evento promovido pelo Banco Safra, em São Paulo.
“Não vejo razão para o Brasil crescer nem muito acima nem muito abaixo da média mundial”, disse o ministro. “Penso que o Brasil tem todas as condições de crescer acima de 2,5% nos quatro anos do mandato (de Lula).”
O ministro da Fazenda disse que há otimismo, notadamente no mundo, com o desempenho da economia brasileira. Ele observou que as três principais agências de risco (S&P, Moody’s e Fitch) estão revisando a nota de crédito do país. “E há uma expectativa bem fundamentada de que isso vá continuar acontecendo no próximo ano”, disse.
Haddad tem dados sucessivas declarações sobre esse tema. No fim de agosto, ele disse que, se considerados os modelos matemáticos, ou seja, os fatores técnicos, o Brasil já deveria ter recuperado o grau de investimento, o maior nível de confiança atribuído a um país pelas agências de risco. O país obteve essa chancela em 2010, mas a perdeu em 2015, depois da recessão econômica no governo de Dilma Rousseff.
Em Nova York, nesta quarta-feira, antes de retornar ao Brasil, Lula disse a jornalistas que conversou com representantes de agências de risco e recomendou que eles não ouçam apenas representantes da Faria Lima e de empresários. O presidente afirmou que as agências “têm sido decentes”, mas ele fez questão de apresentar a seus integrantes dados da economia brasileira.
Questão fiscal
No evento, Haddad voltou a reafirmar o compromisso do governo com a questão fiscal, que trata da relação entre receitas e despesas do governo federal. “Vamos cumprir as regras”, disse. Ele afirmou ainda que as receitas devem subir neste ano 8,5%, talvez 9%, enquanto os gastos estão limitados pelo arcabouço em no máximo 2,5% acima da inflação.
O ministro rebateu a possibilidade de que dados do Orçamento sejam maquiados pelo governo. “As pessoas fantasiam uma possibilidade que não existe na máquina pública”, disse Haddad. “Você tem um Tribunal de Contas (TCU) ultrarrigoroso, um corpo técnico que sabe da sua responsabilidade e não está disposto a colocar seu CPF em risco.”
Haddad observou que a equipe econômica atua para corrigir maquiagens realizadas na gestão anterior, em relação, por exemplo, a precatórios da Previdência. “É curioso notar que pessoas que estavam até outro dia no governo, complacentes com esse tipo de técnica, estão nos acusando de maquiar”, disse.