Haddad: plataforma do Desenrola deve continuar sendo usada por anos
Haddad disse que um novo Desenrola não está nos planos, mas governo pode se valer da plataforma do programa para combater a inadimplência
atualizado
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O Desenrola Brasil, programa de renegociação de dívidas criado pelo governo federal, é um “case” e sua plataforma pode continuar sendo utilizada nos próximos anos. Ao menos essa foi a projeção feita pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em entrevista coletiva no escritório da pasta em São Paulo, nesta sexta-feira (29/9).
Haddad anunciou que o programa encerrou a fase de leilões para os credores com a marca de R$ 126 bilhões em descontos ofertados. Ao todo, 654 empresas com dívidas a receber participaram.
O governo fez os leilões de credores interessados em oferecer descontos e condições vantajosas para a renegociação de dívidas. Nove setores participaram da segunda etapa, incluindo bancos, varejo e empresas de água e luz.
A fase de leilões para os credores terminou na quarta-feira (27/9). A renegociação de dívidas pela população que ganha até dois salários mínimos deve começar na segunda semana de outubro. Os interessados em quitar os seus débitos poderão fazer o pagamento à vista ou em até 60 meses, com juros de até 1,99% ao mês.
A nova etapa do Desenrola abarca pessoas físicas com renda de até dois salários mínimos (R$ 2.640) ou que estejam inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), além daquelas com dívidas financeiras e não financeiras cujos valores de negativação não ultrapassem R$ 5 mil.
Novo Desenrola?
Questionado se havia a possibilidade de o governo lançar um novo Desenrola no ano que vem, Haddad afirmou que esse não é o planejamento. Em seguida, no entanto, disse:
“Se você me pedir uma previsão, eu diria que essa plataforma vai continuar sendo utilizada ao longo dos anos. Ela é um instrumento novo de fazer um encontro de contas entre credores e devedores que, até onde sei, não existe em outro país. É um case que será analisado.”
“À luz do sucesso do programa até aqui, nós podemos verificar como nos valer desse instrumento, independentemente de participação do poder público garantindo dívida particular”, prosseguiu o ministro, sem detalhar como isso seria feito.
Segundo Haddad, o Desenrola se faz necessário diante dos elevadíssimos índices de inadimplência no país.
“Tivemos uma crise pandêmica, a inadimplência subiu para um patamar inédito. Estamos fazendo um trabalho para atingir dezenas de milhões de brasileiros. Com o aumento da renda, queda do desemprego, queda da taxa de juros, é uma grande contribuição que está sendo dada”, afirmou.