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Haddad: governo negocia “solução final” para juro do cartão de crédito

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo discute com bancos e varejo formas de reduzir os juros de mais de 400% no cartão

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taxa ministro da Fazenda, Fernando Haddad faz uma declaração à imprensa no escritório do Ministério da Fazenda, na Avenida Paulista, região central de São Paulo meta - metrópoles
1 de 1 taxa ministro da Fazenda, Fernando Haddad faz uma declaração à imprensa no escritório do Ministério da Fazenda, na Avenida Paulista, região central de São Paulo meta - metrópoles - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

O governo está determinado a encontrar formas de reduzir os juros do cartão de crédito. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta semana que a Fazenda, bancos e varejistas negociam o que chamou de “solução final” para os juros do rotativo, hoje acima de 400% ao ano. O ministro afirmou que algum anúncio sobre o tema deve ocorrer em até 90 dias.

Como o Metrópoles mostrou, os juros do cartão devem ter pouco efeito da queda na taxa básica, a Selic, reduzida de 13,75% para 13,25% nesta semana pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Os juros do rotativo cobrados no cartão fecharam em 437% ao ano em junho, data dos últimos dados divulgados.

“Há um compromisso do governo de, até no máximo final do ano, alguma coisa em torno de 90 dias, darmos uma solução final para a questão do crédito rotativo, que hoje é o maior problema de juro do país”, disse Haddad.

O ministro detalhou o tema em participação na terça-feira (1º/8) no programa “Bom dia, ministro”, transmitido pelo braço de comunicação do governo, o Canal Gov.

Grupo de trabalho

Sem detalhar quais medidas o governo planeja, Haddad afirmou que o tema será discutido em um grupo de trabalho com varejo (representando lojistas), bancos e o governo.

“Se acontece um imprevisto e você não consegue pagar a parcela do cartão, você cai nesse juro absurdo. Como é que a pessoa vai sair [da dívida] pagando 400% ao ano? Não tem razoabilidade”, disse.

O ministro disse que, no plano, não vislumbra uma queda imediata nos custos cobrados de atrasos no cartão de crédito, mas uma “transição”.

Haddad afirmou que dívidas atuais poderão ser reduzidas no Desenrola, programa lançado por governo federal e bancos para renegociação. Mas completou que, sem alteração no atual sistema do cartão de crédito, o problema tenderá a se repetir.

“Para que esse problema não se acumule, nós temos de resolver. Do contrário, daqui a dois anos, vai ter de ter outro Desenrola, daqui cinco anos, outro, e assim por diante”, disse.

Além do grupo de trabalho, o governo acredita que outras medidas, como o Marco de Garantias em tramitação no Congresso (que simplifica e cria regras para o processo extrajudicial para a recuperação de bens), ajudarão a reduzir o chamado spread bancário, que aumenta os juros cobrados em produtos de risco como o cartão de crédito.

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