Haddad fala em equilíbrio fiscal no médio prazo: “Ninguém faz mágica”
Em evento em São Paulo, ministro também afirmou que BC deve olhar para a necessidade de crescimento do país, enquanto controla inflação
atualizado
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (19/3) que não é possível “fazer mágica” para colocar o Brasil em equilíbrio fiscal no curto prazo. “Estamos diante de um novo marco fiscal que, a julgar pela análise dos principais organismos internacionais e das agências de risco, coloca o país numa trajetória de equilíbrio no médio prazo”, disse. A seguir, observou que “ninguém faz mágica” para garantir esse mesmo equilíbrio no curto prazo. Isso “depois de tudo que nós vivemos nos últimos anos”, acrescentou, em referência ao governo Bolsonaro.
A afirmação de Haddad foi feita durante evento realizado em São Paulo, para a discussão de temas como mobilidade e transição energética. Também participaram do encontro o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, que defendeu o aumento de conteúdo local na indústria brasileira, entre outros integrantes do governo federal.
Em seu discurso, Haddad também disse que considera “imprescindível que o Banco Central (BC) olhe para a necessidade de crescimento do país, enquanto cumpre com sua missão institucional de controlar a inflação”. A afirmação foi feita na véspera de mais uma reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que, nesta quarta-feira (20/3), decidirá sobre um provável corte da taxa de juros básica do país, a Selic, hoje fixada em 11,25%. O ministro da Fazenda também chamou a atenção para o fato de a inflação estar convergindo para a meta.
Haddad comentou que o Executivo e o Legislativo vivem o momento de um “encontro mágico”, marcado pelo avanço de reformas – como a tributária –, mencionou. O ministro destacou ainda que o Brasil está “patinando” há mais de uma década “sem visão de futuro de desenvolvimento”. Para ele, chegou o momento de superar tal fase.