Haddad defende integração entre mercados para América Latina “decolar”
Ministro da Fazenda participou de painel com presidentes de Colômbia, Equador e Costa Rica, além de vice-presidente da República Dominicana
atualizado
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta quarta-feira (18/1), durante participação em um painel sobre América Latina no Fórum Econômico Mundial, em Davos, a integração entre os mercados dos países da região. Sem isso, segundo ele, a economia latino-americana não deve conseguir “decolar” no cenário global.
Além de Haddad, participaram do painel os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro; do Equador, Guillermo Lasso; e da Costa Rica, Rodrigo Chaves; além da vice-presidente da República Dominicana, Raquel Peña.
“A integração regional é um imperativo para o nosso desenvolvimento. Temos vantagens competitivas do nosso continente em relação ao mundo”, afirmou o ministro da Fazenda.
“Eu penso que a integração dos nossos mercados, para ganhos de escala consideráveis, seja outro elemento importante para atração de investimentos externos”, prosseguiu Haddad. “A escala dos mercados é uma questão central. Num mundo com três grandes blocos econômicos, Estados Unidos, China e Europa, se não pensarmos em formas de integração regional, vamos ter muita dificuldade de decolar, mesmo com acordos de livre comércio.”
Para Haddad, a integração regional da América Latina passa por parceiras em infraestrutura, acordos comerciais e o fortalecimento do Mercosul – que, segundo o ministro, “foi abandonado nos últimos anos”.
Sem dar maiores detalhes, Haddad também citou a possibilidade de uma “integração dos próprios mercados financeiros da região”. “Nossos mercados ainda carecem de competitividade, de crédito barato, de acesso da população de baixa renda a linhas de crédito específicas”, disse. “É um conjunto de realizações que se tornarão mais fáceis com a América Latina e a América do Sul mais integradas.”
Energia limpa
Um dos assuntos debatidos no painel foi a necessidade de mais investimento em fontes de energia renovável. Segundo Haddad, a a energia limpa “tem vantagens extraordinárias, mas uma limitação”.
“Essa limitação pode ser uma outra vantagem competitiva que nós temos. Ela (energia limpa) não é facilmente transportável. Você pode interligar as Américas com linhas de transmissão e pode atrair empresas e indústrias que queiram produzir a partir da energia limpa”, afirmou o ministro. “Nós podemos fazer da energia limpa no continente um elemento central de um processo de reindustrialização.”