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Haddad defende debate sobre Selic: “Tecnicamente, você pode discutir”

“Estamos falando de economia, não de física. A discussão é possível com base em indicadores”, afirmou o ministro Fernando Haddad sobre o BC

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ministro da Fazenda, Fernando Haddad faz uma declaração à imprensa no escritório do Ministério da Fazenda, na Avenida Paulista - metrópoles
1 de 1 ministro da Fazenda, Fernando Haddad faz uma declaração à imprensa no escritório do Ministério da Fazenda, na Avenida Paulista - metrópoles - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

Além de dizer esperar um “corte mais consistente” da taxa básica de juros na reunião que será concluída nesta quarta-feira (2/8) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a discussão técnica sobre a Selic é justificável e saudável no ambiente democrático.

Segundo Haddad, tanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto qualquer cidadão têm o direito de questionar a política adotada pela autoridade monetária.

“Às vezes, as pessoas pensam que existe o político e o técnico. Então, vamos ser técnicos. Isso é uma meia verde. Tecnicamente falando, você pode discutir. Não é porque você está discutindo que não está sendo técnico”, afirmou Haddad, ao participar do programa “Bom dia, ministro”, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), emissora oficial do governo.

“Temos que parar um pouco com essa visão de que não é possível discutir tecnicamernte. Estamos falando de economia, não de física. Você tem uma situação em que a discussão é possível com base em indicadores. E a análise difere muitas vezes de um técnico para o outro”, prosseguiu Haddad, lembrando que “muitas vezes as decisões do próprio Copom não são unânimes”.

Questionado sobre as críticas de Lula ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, Haddad negou que o presidente da República ameace a autonomia da autoridade monetária.

“O presidente Lula sempre disse, durante o processo eleitoral, que conviveria com as instituições que recebesse como legado. Tem um Congresso eleito, as agências todas com mandato e ele sempre defendeu as instituições e nunca pretendeu ofender prerrogativas estabelecidas em lei. Isso não impede discutir taxa de juros”, disse o ministro da Fazenda.

“Enquanto essa taxa de juros ficou em 13,75%, e já vai fazer um ano, o mundo mudou muito. O Brasil mudou. O Congresso trabalhou. O Judiciário trabalhou. As agências de risco trabalharam. O FMI trabalhou, olhando para a economia brasileira. Aconteceu muita coisa boa no primeiro semestre”, concluiu Haddad.

Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano. Como mostrou o Metrópolesa maioria dos analistas do mercado aposta em uma redução de 0,25 ponto percentual (para 13,5% ao ano).

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