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Haddad: decisão do governo sobre combustíveis facilita queda dos juros

Para Fernando Haddad, ministro da Fazenda, alta taxa de juros é o “principal problema econômico” do país neste momento

atualizado

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Fernando Haddad
1 de 1 Fernando Haddad - Foto: Fabio Vieira/Metrópoles

Um dia depois de anunciar a retomada de impostos federais sobre a gasolina e o etanol, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a medida permitirá que o Banco Central (BC) inicie uma redução da taxa básica de juros da economia (Selic), hoje em 13,75% ao ano.

Para Haddad, a decisão do governo não foi um recado ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, mas vai ao encontro do que a própria autoridade monetária pretende.

“O que está na ata do BC é que essa medida tomada ontem pelo Lula, com muita sabedoria, contribui para a política de redução de juros. Nós estamos lembrando que essa medida não é inflacionária. Segundo o próprio BC, no médio e no longo prazo, ela concorre para a redução das taxas de juros, que são o nosso principal problema econômico hoje”, afirmou o ministro, em entrevista ao UOL.

“Eu, como ministro da Fazenda, tenho de tomar medidas compensatórias para permitir e até contar que o BC faça a parte dele e comece a restabelecer o equilíbrio da política econômica com vistas ao crescimento sustentável”, prosseguiu Haddad.

Petrobras

O ministro da Fazenda também comentou a redução no preço da gasolina e do diesel vendido às distribuidoras, anunciada na terça-feira (28/2) pela Petrobras, um pouco antes do anúncio do governo federal sobre a reoneração dos combustíveis.

“Ficamos aguardando a Petrobras tomar a decisão dela para tomarmos a nossa. Chegou o momento em que a Medida Provisória (de desoneração dos combustíveis) venceria, não tínhamos mais prazo e pedimos a Petrobras para divulgar os preços”, explicou Haddad.

Imposto sobre exportação de petróleo

Questionado sobre a controversa decisão de tributar a exportação de petróleo, com alíquota de 9,2% e duração inicial de 4 meses, Haddad classificou a medida como uma “solução provisória”.

“As empresas estão com lucros extraordinários por causa do aumento dos preços do petróleo. São lucros exorbitantes. E pagam poucos impostos, na minha opinião. Então, é uma solução provisória para a gente ‘fasear’ a reoneração e o Congresso é que vai dar a palavra final. Tudo dá ruído, mas acho que acomoda. A gente vai explicando e as coisas vão ficando mais transparentes”, afirmou.

Pressão da ala política

Fernando Haddad falou, ainda, sobre as supostas pressões sofridas pela equipe econômica por parte da chamada ala política do governo e por lideranças do PT, como Gleisi Hoffmann, presidente do partido.

“O importante é que ela (Gleisi) defendeu a decisão do presidente Lula, que era o que eu esperava da parte dela. (Gleisi) É uma pessoa que tem opiniões fortes, mas sabe que quem arbitra os conflitos dentro e fora do governo é o presidente da República”, contemporizou Haddad.

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