Haddad: arcabouço fiscal “vai exigir” queda dos juros
Segundo o ministro Fernando Haddad, “não tem por que pagar um juro tão alto” se as contas estiverem “em ordem”
atualizado
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender a queda da taxa básica de juros da economia e disse que o novo arcabouço fiscal, que deve ser encaminhado ao Congresso Nacional na semana que vem, contribuirá para a redução da Selic.
“Isso (arcabouço) vai exigir, mais do que permitir, uma queda da taxa de juros. Se as contas estão em ordem, não tem por que pagar um juro tão alto, hoje o maior do mundo”, disse Haddad nesta quinta-feira (6/4), em entrevista à BandNews.
“Penso que está havendo uma convergência entre as políticas fiscal e monetária. Se o Congresso e o Judiciário nos derem sustentação para esse plano, o Brasil entra em 2024 em uma rota de crescimento sustentável, com justiça social”, projetou o ministro da Fazenda.
De acordo com o chefe da equipe econômica, com a atual taxa de juros (13,75% ao ano), “os investimentos tendem a cair muito”. “Se a taxa começar a cair, naturalmente o mercado de capitais vai ter recursos para fazer o seu negócio se ampliar”, afirmou Haddad.
Programas sociais
Na entrevista à BandNews, Fernando Haddad disse que o arcabouço fiscal dará “sustentação aos programas sociais previstos na Constituição”.
“Vamos repor a perda da saúde e da educação e manter o Bolsa Família no patamar atual. Não ter aqueles solavancos do período anterior, em que você não recebia o auxílio quando mais precisava. Para que tudo isso tenha estabilidade, o arcabouço garante que essas despesas não vão ser cortadas”, ressaltou.
“Por outro lado, ele garante que o aumento da despesa, qualquer que seja, tenha que ser sempre inferior à receita. Que a gente ganhe mais do que gasta por algum tempo, até recuperar as finanças públicas”, concluiu Haddad.