metropoles.com

Haddad anuncia acordo com Shein, que vai nacionalizar 85% das vendas

Fernando Haddad esteve reunido com a varejista asiática, que se comprometeu a aderir ao Programa de Conformidade Tributária da Receita

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Hugo Barreto/Metrópoles
Fernando Haddad, Ministro da Fazenda do Brasil durante a 84ª Reunião Geral da FNP1
1 de 1 Fernando Haddad, Ministro da Fazenda do Brasil durante a 84ª Reunião Geral da FNP1 - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (20/4) que o governo chegou a um acordo com a varejista asiática Shein para que a empresa se adeque ao Programa de Conformidade Tributária da Receita Federal. Segundo Haddad, a Shein se comprometeu a nacionalizar, em até quatro anos, 85% de suas vendas pelas plataformas eletrônicas – ou seja, os produtos passarão a ser produzidos no Brasil.

Haddad esteve reunido com a Shein na manhã desta quinta, no escritório do Ministério da Fazenda em São Paulo. O acordo foi intermediado pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes da Silva.

As varejistas brasileiras têm sofrido com a concorrência de empresas asiáticas como Shein, Shoppee e AliExpress, que, segundo o governo, estariam se passando por pessoas físicas para enviar as encomendas a clientes do Brasil sem cobrança de imposto.

Nesta semana, o governo decidiu manter a isenção de impostos para transações internacionais entre pessoas físicas em compras de até US$ 50, recuando de uma decisão que havia sido anunciada dias antes. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu à equipe econômica que resolvesse o problema “administrativamente”. Segundo Haddad, a solução começou a ser construída a partir desse acordo com a Shein.

“Hoje nós tivemos uma reunião a pedido da Shein, que veio nos anunciar duas coisas muito importantes. Eles vão aderir ao plano de conformidade da Receita Federal. Estão dispostos a fazer aquilo que for necessário, com outros portais e todo o comércio eletrônico, para normalizar as relações com o Ministério da Fazenda”, afirmou Haddad.

“Em segundo lugar, eles pretendem, em quatro anos, nacionalizar 85% das suas vendas. Os produtos serão feitos no Brasil. Eles próprios vão dar os números de investimento e geração de oportunidades no mercado brasileiro, mas é uma coisa para nós muito importante que eles vejam o Brasil não apenas como mercado consumidor, mas como uma economia de produção”, prosseguiu o ministro.

Segundo Haddad, a única condição apresentada pela Shein é que a regra “valha para todos. “Esta é a única contrapartida feita a nós e nós, obviamente, não queremos nada diferente, queremos condições iguais para todo mundo. Se a regra valer para todo mundo, eles absorverão os custos dessa conformidade. Não repassarão para o consumidor”, disse o ministro da Fazenda.

“Nós queremos investimentos estrangeiros. Nós apreciamos o comércio eletrônico, nada contra. Mas nós queremos condições competitivas para que não prejudiquemos empregos no Brasil, as lojas do varejo brasileiro. Nós queremos que as pessoas tenham a mesma condição: quem produz, quem comercializa, tem que ter condições iguais”, afirmou Haddad.

Na tarde desta quinta, Haddad receberá representantes do setor, associados ao Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), para detalhar o acordo com o Shein. Entre as empresas que estarão representadas na reunião com Haddad, nesta quinta, estão C&A, Lojas Renner, Marisa, Magazine Luiza, Petz e Grupo Boticário.

“Tudo está indo na direção correta, de buscar um ambiente de negócio que seja igual para todo mundo. Que ninguém leve vantagem sobre ninguém”, disse Haddad. “Nosso interesse é que haja concorrência, que o consumidor seja o maior beneficiado dessa concorrência e que o emprego do comércio, que responde por 25% da carteira assinada do Brasil, seja garantido. Esse arranjo vai permitir isso.”

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNegócios

Você quer ficar por dentro das notícias de negócios e receber notificações em tempo real?