Guerra pode aumentar preço do petróleo e reduzir PIB global, diz FMI
Uma alta de 10% nos preços do petróleo seria capaz de derrubar o crescimento do PIB mundial em 0,15 ponto percentual, segundo projeções
atualizado
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A guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza pode fazer os preços do petróleo dispararem, o que teria potencial impacto negativo sobre a economia global. A avaliação é do economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Pierre-Olivier Gourinchas.
De acordo com o economista, uma alta de 10% nos preços do petróleo seria capaz de derrubar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial em 0,15 ponto percentual, além de elevar a inflação em 0,4%.
Desde o início do conflito na Faixa de Gaza, no sábado (7/10), o preço do barril de petróleo avançou 4%.
“Vimos isso em crises e conflitos anteriores. É claro que reflete o potencial risco de que possa haver perturbação na produção ou no transporte de petróleo na região”, afirmou Gourinchas, nesta terça-feira (10/10), em entrevista coletiva, após a divulgação do relatório do FMI sobre o panorama econômico global.
Apesar das preocupações, o economista-chefe do FMI disse que qualquer avaliação sobre as consequências da guerra entre Israel e o Hamas para a economia pode ser precipitada neste momento.
“Penso que temos de ser cautelosos. Ainda é muito cedo para realmente avaliar qual poderá ser o impacto do conflito”, afirmou.
Apesar dos riscos, a estimativa oficial do FMI, traçada ainda antes do início do conflito, indica que o preço do barril de petróleo pode terminar este ano em uma média de US$ 80,5, com perspectiva de queda para US$ 72,7 até 2026.
Antes do início dos conflitos na Faixa de Gaza, a cotação internacional da commodity estava em queda. No fim de setembro, o barril do tipo Brent chegou a US$ 97. Mas, na semana entre 1º e 8 de outubro, o preço caiu 11%.
O confronto no Oriente Médio provoca instabilidade entre os maiores produtores mundiais de petróleo. Para o Brasil, uma elevação substancial do preço do produto representa uma ameaça para a inflação, algo que teria repercussão imediata no ritmo de queda da taxa básica de juros do país, a Selic.
Resiliência da economia
Por fim, Gourinchas destacou que a economia mundial tem demonstrado “notável resiliência” nos últimos anos, apesar da guerra entre Rússia e Ucrânia e do aumento das taxas de juros pelos bancos centrais para controlar a inflação.