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“Guerra” na Gafisa continua: empresa volta à carga contra Tanure

Esh Capital, de Vladimir Timerman, quer responsabilizar Nelson Tanure, acionista de referência da Gafisa, por supostos prejuízos à empresa

atualizado

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1 de 1 gafisa - Foto: Divulgação

A batalha entre a gestora Esh Capital, fundada e comandada por Vladimir Timerman, e o empresário Nelson Tanure, acionista de referência da Gafisa, teve um novo episódio nos últimos dias, acirrando um conflito que se arrasta há meses.

O fundo de investimentos da Esh pediu a inclusão, na pauta da próxima assembleia de acionistas da Gafisa, de uma proposta para a abertura de ação de responsabilidade contra Tanure e outros cinco integrantes do Conselho de Administração da construtora.

De acordo com um comunicado enviado pela Gafisa à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), na sexta-feira (18/3), a próxima assembleia geral ordinária da companhia analisará o pedido contra Tanure e outros controladores por supostos prejuízos causados à empresa na compra da incorporadora carioca Bait e na venda de sua participação no Fasano Itaim.

Em setembro do ano passado, a Bait foi adquirida pela Gafisa por R$ 180 milhões. Em dezembro de 2022, a companhia vendeu sua participação de 80% no Fasano Itaim, por R$ 330 milhões.

Segundo a gestora, que é titular de ações que representam mais de 16% do capital votante da Gafisa, o pedido de abertura da ação se justifica “em decorrência dos prejuízos” supostamente causados pelas transações.

A assembleia da Gafisa está marcada para o dia 28 de abril. Em fevereiro deste ano, uma assembleia da companhia rejeitou um primeiro pedido da Esh para que os direitos de Tanure na companhia fossem suspensos.

Timerman x Tanure nos tribunais

A guerra entre a Esh Capital e Tanure levou até a uma notícia-crime apresentada pelo conselho da Gafisa contra Vladimir Timerman, sócio da gestora. Ele teve suspensas suas contas nas redes sociais por decisão judicial, em processo movido por Tanure, pela suposta prática de crimes de perseguição, calúnia e difamação.

Decisão publicada nesta semana pela Justiça de São Paulo rejeitou o pedido de Timerman para que suas contas nas redes sociais fossem restabelecidas. Segundo a desembargadora Maria de Lourdes Rachid Vaz de Almeida, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), as medidas judiciais impostas contra Timerman devem ser “integralmente observadas” para “frear os ânimos e , se possível, pacificar o conflito”.

Procurado pela reportagem do Metrópoles, Nelson Tanure, por meio da assessoria, disse que não comentaria o caso. A Gafisa também informou que não se manifestará.

Saída da bolsa nos EUA e novo aumento de capital

No sábado (18/3), a Gafisa informou ao mercado, também por meio de fato relevante, que fará um pedido de cancelamento do registro de companhia aberta nos Estados Unidos, saindo da bolsa de valores do país. A construtora não informou o motivo da decisão. As ações ordinárias da Gafisa na bolsa de valores brasileira (B3) serão mantidas.

Além disso, a companhia anunciou que fará um novo aumento de capital, cerca de três meses depois de realizar uma operação desse tipo na época, a operação foi contestada pela Esh, que a classificou como “ilegal”. Segundo a gestora, na ocasião, a decisão da Gafisa não foi suficientemente discutida com os acionistas minoritários.

De acordo com a Gafisa, o aumento de capital efetuado em janeiro não atingiu o valor máximo pretendido pela empresa. O Conselho de Administração aprovou uma nova operação de até R$ 200 milhões, por meio da emissão de 28,5 milhões de novas ações ordinárias.

A Gafisa deve divulgar seus resultados referentes ao quarto trimestre de 2022 no dia 28 de março (terça-feira da semana que vem).

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