Grupo Petrópolis, dono da Itaipava, apresenta 2ª recuperação judicial
Novo plano do Grupo Petrópolis foi entregue à 5ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro e prevê o pagamento de dívidas de R$ 5,5 bilhões
atualizado
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O Grupo Petrópolis, dono de marcas como Itaipava, Crystal e Petra, apresentou à Justiça um segundo plano de recuperação judicial. O documento foi entregue à 5ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro e prevê o pagamento de dívidas de R$ 5,5 bilhões.
Uma versão inicial do plano já havia sido apresentada dentro do prazo legal de 60 dias após a Justiça autorizar a primeira recuperação. Mas os representantes do grupo pediram mais tempo para concluir a proposta, finalizada na quarta-feira (6/9).
Com a nova proposta, os credores do Grupo Petrópolis devem se reunir na segunda-feira (11/9) para analisar os termos do plano e votá-lo em assembleia.
Entre as medidas previstas na nova recuperação judicial da companhia, está a venda de Unidades Produtivas Isoladas (UPIs), como parte da frota de caminhões e ativos de energia.
As UPIs são o conjunto de ativos de uma empresa que podem ser alienados durante o processo de recuperação judicial, de modo a preservar as atividades da companhia, assim como o pagamento da totalidade ou de parte das dívidas.
Além disso, também estão elencadas no plano a “concessão de prazos e condições especiais de pagamentos de obrigações” e a “equalização dos encargos financeiros”.
O novo plano prevê, ainda, que as empresas do grupo possam obter recursos “junto a credores, instituições financeiras, investidores ou outros interessados em fazer aportes nas empresas”, desde que essas operações não prejudiquem a execução da recuperação judicial.
O Grupo Petrópolis tem uma participação de 13% no mercado de cervejas do país e responde por mais de 24 mil empregos diretos e 100 mil indiretos.
As vendas da companhia caíram forte nos últimos anos, o que impactou a receita. Em 2020, foram vendidos 31,2 milhões de hectolitros de bebidas.Em 2022, foram 24,1 milhões de hectolitros.
Recuperação judicial
A recuperação judicial é um processo que permite às organizações renegociarem suas dívidas, evitando o encerramento das atividades, demissões ou falta de pagamento aos funcionários.
Por meio desse instrumento, as empresas ficam desobrigadas de pagar aos credores por algum tempo, mas têm de apresentar um plano para acertar as contas e seguir em operação.
Em linhas gerais, a recuperação judicial é uma tentativa de evitar a falência.