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Greve dos servidores interrompe pela 4ª vez compras do Tesouro Direto

Apenas as operações de resgate antecipado e agendamentos estão sendo realizadas normalmente devido à greve dos servidores públicos

atualizado

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Tesouro direto; greve
1 de 1 Tesouro direto; greve - Foto: Reprodução

As negociações dos títulos do Tesouro Direto foram suspensas nesta terça-feira (22/10) devido à greve dos servidores públicos do Tesouro Nacional. Em nota, a Secretaria do Tesouro Nacional informou que a paralisação ocorre em razão da greve dos servidores da instituição. As operações já haviam sido suspensas anteriormente pelo mesmo motivo nos dias 23 de setembro, 1º de outubro, 14 de outubro e, agora, 22 de outubro – marcando um mês do início das paralisações.

“Devido a restrições operacionais, todos os agendamentos de compra previstos para o dia 22 de outubro serão cancelados. Recomendamos que os investidores façam novos agendamentos para datas após esse dia”, informou o Tesouro em nota.

O órgão ressaltou, no entanto, que as operações de resgate antecipado e agendamentos estão sendo realizadas normalmente.

Auditores e técnicos federais de finanças e controle, responsáveis pelas operações estão em greve há dois meses, o que já provoca atrasos em divulgações estatísticas e operações de crédito de estados e municípios. A Unacon Sindical afirma que mais de 10 ofícios já foram enviados à ministra Esther Dweck, solicitando uma reunião para negociar a greve, mas sem sucesso.

Os servidores alegam que na Controladoria-Geral da União (CGU), por exemplo, a greve ameaça comprometer as ações de enfrentamento à corrupção, segundo alertam os próprios servidores. Nesta segunda-feira (21/10), durante o primeiro dia das reuniões do G20 em Natal, grevistas protestaram com cartazes. Eles reclamam da crescente evasão de servidores da carreira, motivada pela falta de isonomia em relação a outras carreiras de mesmo nível. Mais de 35% dos aprovados no concurso da CGU de 2022 já deixaram a carreira para assumir cargos em carreiras mais valorizadas.

No dia 7 de outubro, a categoria rejeitou pela terceira vez consecutiva a proposta de acordo do governo, por entender que o termo não atendia nenhum dos pontos solicitados. É uma das poucas que ainda não concluíram a negociação com o Ministério da Gestão e Inovação (MGI), responsável pela política de pessoal. Os acordos já firmados alcançam 98% da força de trabalho do Executivo federal.

Entre as reivindicações dos servidores estão a correção de assimetrias salariais com carreiras de mesmo nível, com as quais guardava similaridade remuneratória até 2016; o cumprimento do acordo firmado em 2015, que previa a exigência de nível superior para ingresso no cargo de Técnico Federal de Finanças e Controle; e a manutenção dos atuais 13 níveis da tabela de progressão.

Outra denúncia da entidade aponta o descumprimento de recomendações e compromissos internacionais. “Enquanto a Convenção Interamericana Contra a Corrupção, da OEA, recomenda o fortalecimento dos órgãos de controle e o incentivo aos servidores na linha de frente do combate à corrupção, o governo promove, por meio das reestruturações administrativas propostas, o rebaixamento dessa carreira essencial”, afirma o Sindicato.

Os protestos em Natal continuam ao longo da semana, durante as reuniões do Grupo de Trabalho de Anticorrupção do G20.

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