Governo sobe projeção do PIB para 2,5% e reduz estimativa de inflação
Revisão foi feita pela Secretaria de Política Econômica e divulgada nesta quarta-feira. Projeção está acima do mercado até o momento
atualizado
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A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda revisou de 1,9% para 2,5% sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no ano, enquanto reduziu as estimativas de inflação para 2023 e 2024.
Os dados estão em nova edição do Boletim Macrofiscal, apresentado nesta quarta-feira (19/7) pelo secretário de Política Econômica, Guilherme Mello.
No relatório, a SPE afirma que a revisão para 2023 foi motivada pelo PIB do primeiro trimestre, que veio acima do esperado. A alta na previsão foi puxada pela agropecuária, cuja projeção de crescimento calculada pelo governo para o ano saiu de 11% para 13,2%.
Outros setores também tiveram leve avanço nas expectativas para 2023: a indústria foi de 0,5% para 0,8% e os serviços, de 1,3% para 1,7%.
Para 2024, a previsão de crescimento do PIB da SPE se manteve em 2,3%.
“Frente a 2023, o cenário é de leve desaceleração, motivada pela baixa contribuição esperada para o setor externo e pelo menor crescimento projetado para o setor agropecuário”, disse a SPE no relatório.
Apesar da desaceleração para 2024, os técnicos da Fazenda avaliam que o crescimento “será mais homogêneo entre setores” e “baseado na recuperação da absorção doméstica”.
Até o momento, o mercado financeiro projeta crescimento do PIB em patamar inferior ao do governo, de 2,24% para 2023 e de 1,30% para 2024, segundo a última edição do boletim Focus.
Inflação
O secretário Guilherme Mello afirmou também que o cenário internacional tem se tornado mais “benigno” para preços, o que tem impactado positivamente a inflação.
“Há um aumento expressivo, eu diria, das chances de o IPCA terminar esse ano dentro do limite superior da meta de inflação. Essa perspectiva não estava no horizonte alguns meses atrás”, disse Mello.
A previsão do governo para a inflação oficial medida pelo IPCA caiu de 5,58% para 4,85% em 2023. Se confirmada, a estimativa colocaria a inflação brasileira perto do teto da meta, de 4,75%.
“A expectativa de inflação foi revisada para baixo repercutindo as surpresas positivas com a divulgação do IPCA de abril e maio; o reajuste autorizado para plano de saúde levemente inferior ao projetado; a redução nos preços da gasolina, diesel e gás de botijão nas refinarias; e revisões nas tarifas de energia elétrica residencial e ônibus urbano”, diz o relatório da SPE.
Para 2024, o governo estimou IPCA em 3,30%, também inferior à previsão anterior, de 3,63%. Para os anos seguintes, a projeção é de 3%, no centro da meta.