Gol pede que Latam seja intimada pela Justiça americana
Empresa brasileira, em recuperação judicial nos EUA, quer que concorrente chilena se explique por suposta tentativa de tomada de aviões
atualizado
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A Gol entrou com uma moção na Justiça americana, onde está em recuperação judicial, pedindo que a chilena Latam seja intimada, para esclarecer acusações de que estaria tentando tomar aviões Boeing 737 da empresa brasileira. O pedido foi protocolado na quinta-feira (8/2) em Nova York.
A Gol apresentou ao tribunal americano uma carta enviada pela Latam a arrendadores de aeronaves. Além disso, acrescentou aos documentos uma oferta de emprego feita pela concorrente para contratar pilotos do 737. Uma audiência para discutir o pedido deve ocorrer na segunda-feira (12/2).
De acordo com os advogados da companhia aérea brasileira, o contato da chilena com os fornecedores de aviões ocorreu na sexta-feira (26/1), um dia depois de a Gol ter solicitado o ingresso no Capítulo 11 (Chapter 11) da lei de falência dos Estados Unidos, similar à recuperação judicial no Brasil.
Na moção, a Gol afirma que as ações da Latam podem comprometer “relacionamentos valiosos de longo prazo com arrendadores e prestadores de serviços”. A empresa também destaca que, caso a ação da Latam não seja contida, ela poderá afetar suas operações. Isso, por fim, “comprometeria as perspectivas de uma reorganização bem-sucedida”.
Dívidas de R$ 4,7 bilhões
No pedido de recuperação judicial, a empresa citou R$ 4,7 bilhões em dívidas. Na avaliação de especialistas, a Gol entrou com a solicitação num tribunal americano pela maior concentração de credores, entre eles os arrendadores de aviões, naquele país.
Em nota, a Latam informou que “está em contato permanente com todas as partes interessadas relevantes em matéria de frota (arrendadores e fornecedores de equipamentos e manutenção) como parte de seu negócio”.
Ela acrescentou que “está ativa no mercado há vários meses com o objetivo de garantir a capacidade necessária para atender às necessidades contínuas e de longo prazo no contexto dos desafios globais da cadeia de suprimentos e da falta de aeronaves/motores”.