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Gol e Azul entram no rol de empresas com problemas para rolar dívidas

As companhias aéreas Gol e Azul tiveram suas notas de crédito rebaixadas por agências, por causa da dificuldade para reestruturar dívidas

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As companhias aéreas Gol e Azul entraram no grupo de empresas observadas de perto pelo mercado, em razão das preocupações sobre o nível de endividamento.

No caso da Azul, o desafio de curto prazo será renegociar dívidas de R$ 4,5 bilhões que vencem ainda neste ano. A companhia aérea deve pagar R$ 3,8 bilhões a arrendadores de aeronaves e outros R$ 700 milhões para os bancos.

Parte da dívida com as empresas de arrendamento se deve a um parcelamento de débitos durante a pandemia de Covid-19. Quando as viagens foram paralisadas, em razão das restrições sanitárias, a Azul escalonou o pagamento dos aluguéis das aeronaves.

A questão é que o mercado não está mais amigável para a renegociação de dívidas. A crise da Americanas respingou no setor de crédito e os bancos criaram barreiras para conceder novas linhas ou para discutir financiamentos existentes. Muitas empresas, como Marisa, Light e CVC, já foram obrigadas a buscar auxílio para as conversas com os credores.

A dificuldade para prolongar as dívidas levou a agência Fitch a rebaixar a nota de crédito (que revela a capacidade de pagamento de uma empresa) para a CCC, um nível atribuído a empresas que estão com dificuldades de pagamento e próximas a um calote.

O mesmo aconteceu com a Gol. Na última semana, a empresa aérea anunciou uma operação de financiamento com a Abra, sua controladora. A Abra investirá US$ 1 bilhão por meio da compra de títulos de dívida da empresa aérea brasileira. A transação foi considerada uma forma de calote pela Fitch, uma vez que a “troca” da dívida implicará o recebimento, pela Abra, de um valor menor do que o do passivo original.

O agravante é que as duas empresas ainda não conseguiram restabelecer plenamente os números de demanda e de voos de antes da pandemia. Para piorar, a volatilidade do dólar afeta os contratos de aluguel das aeronaves e o custo do combustível.

Na última semana, as ações da Azul recuaram 25%. Já as da Gol tiveram desvalorização de 17%.

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