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Gleisi diz que Campos Neto deveria “pegar o boné e ir embora”

“Roberto Campos Neto tinha de ter decência, vergonha na cara, pegar o boné dele e ir embora”, disse Gleisi Hoffmann em ato político do PT

atualizado

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1 de 1 governo Imagem colorida da deputada federal e presidente do PT Gleisi Hoffmann - metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, voltou a subir o tom nos ataques contra o chefe do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, criticado pelo partido por causa das elevadas taxas de juros no país.

Na noite de segunda-feira (13/3), durante um ato político no centro do Rio de Janeiro, Gleisi defendeu, mais uma vez, a saída de Campos Neto da presidência do BC.

“Eu acho que o Roberto Campos Neto tinha de ter decência, vergonha na cara, pegar o boné dele e ir embora, deixar a presidência do Banco Central”, afirmou a deputada aos militantes de PT, PSOL e PCdoB, que acompanhavam o ato.

Em seu discurso, Gleisi voltou a criticar a autonomia do BC e pediu mobilização da militância do partido para que o PT dê sustentação política ao discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra a atual política monetária.

“Pode ser que não tenhamos (maioria) hoje. Política muda. Agora, se nada fizermos, aí é que não vamos ter mesmo, não é mesmo? Nós temos de fazer o movimento, nós temos de fazer essa organização”, disse Gleisi.

O ato foi convocado pelo deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) e contou com a participação dos deputados Guilherme Boulos (PSOL-SP), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Reimont (PT-RJ), Tarcísio Motta (PSOL-RJ) e Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ).

“O embate com o Campos Neto é político, não é econômico. Ele representa um projeto que não foi eleito nas urnas, ele não podia estar onde ele está”, criticou a presidente do PT. “Presidente do Banco Central vai ter mandato. No mínimo, o mandato tinha de ser coincidente com o mandato do presidente da República.”

As novas críticas do PT a Campos Neto acontecem a uma semana da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, marcada para os dias 21 e 22, que definirá a nova taxa básica de juros. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano, patamar considerado muito alto pelo governo, que culpa os juros pelo esfriamento da economia.

Em nota divulgada há um mês, o Diretório Nacional do PT já havia criticado a autonomia da autoridade monetária e defendido a convocação de Campos Neto para prestar esclarecimentos no Congresso Nacional.

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