Gigante imobiliário da China pede proteção contra falência nos EUA
Sunac, uma das maiores empresas do setor imobiliário na China, é segunda grande companhia chinesa a pedir proteção contra falência em 1 mês
atualizado
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A Sunac, uma das maiores empresas do setor imobiliário na China, apresentou um pedido de proteção contra falência nos Estados Unidos, depois de obter a aprovação de seus credores para reestruturar quase US$ 10 bilhões em dívidas.
A companhia entrou com o pedido de proteção por meio de um instrumento denominado “Chapter 15”, a Lei de Falências dos EUA. A regra permite às empresas estrangeiras terem seu processo estendido nos EUA, protegendo ativos que possuem no país.
O pedido foi apresentado pela Sunac nesta terça-feira (19/9), em um tribunal de Nova York.
A Sunac é a segunda grande incorporadora chinesa que recorre a esse instrumento em um intervalo de poucas semanas. Há cerca de um mês, a Evergrande também pediu proteção contra falência nos EUA.
No fim do ano passado, as dívidas da Sunac giravam em torno de 1 bilhão de yuans, o equivalente a US$ 137 milhões.
A crise do mercado imobiliário da China
Reportagem publicada pelo Metrópoles em agosto mostrou que o mercado imobiliário chinês enfrenta uma grave crise.
O risco é o de um efeito dominó que afete a já abalada confiança dos consumidores, as contas das províncias e o setor financeiro chinês. Nos últimos três anos, ao menos 50 incorporadoras chinesas deram calote ou atrasaram pagamentos, segundo a agência de risco Standard & Poor’s.
O país tem sofrido com uma forte desaceleração econômica, com desemprego recorde entre os jovens e uma demanda fraca por bens e serviços, que desaqueceu o mercado. Em julho, a China registrou sua primeira deflação desde fevereiro de 2021, como reflexo da diminuição generalizada do consumo.
Depois de uma série de medidas para estimular a economia, a semana terminou com algumas notícias auspiciosas para Pequim. Setores como indústria, varejo e serviços tiveram índices positivos em agosto, o que pode ser o início de uma reação. A venda de imóveis, contudo, recuou 1,5% nos oito primeiros meses do ano, agravando a situação do combalido mercado imobiliário local.