Gigante chinesa da construção pede proteção contra falência nos EUA
Evergrande, que tenta há meses concluir um plano de reestruturação de sua dívida, volta a acender alerta sobre mercado imobiliário chinês
atualizado
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A gigante chinesa Evergrande, uma das maiores empresas da China no setor imobiliário, pediu proteção contra a falência nos Estados Unidos, na quinta-feira (17/8).
A companhia recorreu a um instrumento denominado Chapter 15, da Lei de Falências dos Estados Unidos, que trata de processos internacionais de recuperação judicial que tiveram início em outros países.
A regra permite às empresas estrangeiras terem seu processo estendido aos EUA, protegendo ativos que possuem no país.
O pedido da construtora chinesa se refere a procedimentos de reestruturação em Hong Kong e nas Ilhas Cayman.
A Evergrande tenta, há meses, concluir um plano de reestruturação de sua dívida. Em abril, a companhia informou que não contava com o apoio necessário dos credores para colocar o plano em prática.
Em julho, a Evergrande recebeu autorização da Justiça para realizar votações sobre o possível acordo. As reuniões com os credores devem acontecer até o fim deste mês.
O “dragão” desacelera
As dificuldades da Evergrande reforçam uma onda de preocupações em relação ao mercado imobiliário e à economia da China.
Reportagem publicada pelo Metrópoles no fim de semana mostrou que os dados mais fracos da segunda maior economia do mundo acenderam um alerta no planeta.
Quando a China anunciou o fim gradual de sua política de Covid zero, que fez o país ter quarentenas severas por três anos, a expectativa era que a economia decolaria rapidamente. O governo definiu uma meta de crescimento de 5% para 2023 e o objetivo chegou a ser visto como bastante moderado para os chineses.
Ainda que frentes como o setor de serviços tenham, de fato, se reerguido no começo do ano, a projeção é que a meta poderá não ser atingida.
As vendas do varejo na China avançaram 2,5% em julho, na comparação com o mês anterior, enquanto a produção industrial cresceu 3,7%. Ambos os resultados vieram abaixo das expectativas do mercado.
O índice de desemprego total no país ficou em 5,3% em julho, ante 5,2% em junho deste ano.
PIB menor
O Morgan Stanley, um dos maiores bancos dos Estados Unidos, reduziu a sua estimativa de crescimento da economia da China em 2023.
Segundo o banco, o Produto Interno Bruto (PIB) chinês deve fechar este ano com alta de 4,7%. Caso esse desempenho se confirme, a China não atingirá a meta estipulada por Pequim, de 5%.
Para 2024 e 2025, o banco americano também diminuiu suas projeções e agora estima uma alta do PIB de 4,2% e 4,5%, respectivamente.