Gasto das petroleiras com dividendos é o maior em 15 anos
Dividendos responderam por 39% dos gastos das petroleiras em 2022, segundo a Agência Internacional de Energia
atualizado
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A fatia que as empresas de petróleo e gás pelo mundo empregaram em dividendos atingiu seu maior patamar em 15 anos em 2022, em meio a lucros históricos das petroleiras.
No ano passado, os dividendos responderam por 39% dos gastos da indústria de petróleo e gás, de acordo com dados da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês).
Com a alta no preço internacional do petróleo, influenciada pela guerra na Ucrânia, as empresas do setor tiveram lucro recorde no ano passado.
A fatia direcionada a dividendos em 2022 ficou em patamar parecido ao dos investimentos em outras frentes de petróleo e gás nas empresas, que chegaram a pouco menos de 50% dos gastos.
Por outro lado, a IEA aponta que só 1% dos gastos foram direcionados a investimentos em energia limpa.
Ao todo, a IEA calcula que o lucro das empresas somou US$ 4 trilhões em 2022, mais que o dobro dos últimos anos, segundo reportado pelo jornal britânico Financial Times.
Os dividendos significam o direcionamento de parte do lucro a acionistas das companhias. A depender de seu regimento interno e das regras de governança, uma empresa pode pagar dividendos a seus investidores em determinado período ou usar parte do recurso para novos investimentos.
Dividendos da Petrobras
O ano acima da média em 2022 se repetiu também na brasileira Petrobras, maior empresa do setor na América do Sul. O lucro da Petrobras em 2022 fechou em R$ 188 bilhões, 77% acima de 2021 e um recorde na história da empresa.
Ao longo do ano, a Petrobras distribuiu também quase R$ 195 bilhões em dividendos.
Os dividendos da Petrobras superaram os valores somados de todas as demais companhias listadas na bolsa brasileira, que distribuíram pouco mais de R$ 193 bilhões, segundo cálculos da TradeMap.
Os dividendos da Petrobras viraram alvo de debate político e foram criticados por nomes do governo do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O presidente da Petrobras na nova gestão, Jean Paul Prates, tem afirmado desde a posse que a companhia vai rever o cálculo dos dividendos para os próximos períodos.