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Galípolo: “Quem está no BC não discute, apenas persegue a meta”

Para Gabriel Galípolo, apesar de se mostrar mais resiliente do que se esperava, a inflação no país “surpreendeu positivamente” em 2023

atualizado

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1 de 1 Imagem colorida de Gabriel Galípolo - Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou nesta quinta-feira (5/10) que a autoridade monetária não se preocupa com discussões sobre as metas de inflação, mas apenas em cumpri-las.

As declarações de Galípolo foram dadas durante um fórum sobre fundos imobiliários, em São Paulo.

Há alguns dias, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, já havia elogiado publicamente o governo pela decisão de não mexer nas metas de inflação do país para os próximos anos.

A meta de inflação para este ano é 3,25%. Como há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, a meta será cumprida se ficar entre 1,75% e 4,75%. Para 2024, 2025 e 2026, a meta é de 3%.

O Conselho Monetário Nacional (CMN), que define as metas de inflação, é composto pelos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, além do próprio Campos Neto; o governo tem maioria no conselho, portanto.

“Quem está no Banco Central não discute a meta, apenas persegue a meta. E a meta é 3%”, afirmou Galípolo, que, antes de assumir a Diretoria de Política Monetária do BC, era secretário-executivo do Ministério da Fazenda (número 2 da pasta).

Para Galípolo, apesar de estar se mostrando mais resiliente do que se esperava, a inflação no Brasil, assim como o crescimento econômico do país, “surpreendeu positivamente em relação ao início do ano”.

Meta fiscal

Durante sua participação no seminário, Galípolo também falou sobre a meta do governo de zerar o déficit fiscal em 2024. O diretor do BC afirmou que a autoridade monetária não emite opinião sobre a meta de déficit. “Olhando para o Focus, o relatório mostra que o mercado projeta um déficit de 0,8% para o ano que vem”, afirmou.

“Tenho de supor que há alguma coerência entre as projeções, porque as casas fazem estimativas conjuntamente sobre déficit, juros, câmbio e inflação. Então, seria razoável a gente assumir que está no preço uma expectativa de déficit de algo próximo de 0,8%”, completou Galípolo.

Segundo o diretor de Política Monetária do BC, “o ceticismo sobre atingir ou não meta de déficit zero (em 2024) se reflete em uma meta de déficit superior e já está refletido nos preços”.

Caso a meta de déficit zero não seja cumprida no ano que vem, diz Galípolo, os gatilhos previstos no novo Marco Fiscal serão acionados.

“Vamos observar como isso vai funcionar. A partir de março, no primeiro relatório trimestral, teríamos as medidas de contingenciamento”, concluiu.

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