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Galípolo despista sobre BC e diz que seu trabalho era “reduzir ruídos”

Novo diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo diz que terá o “privilégio” de trabalhar com Roberto Campos Neto

atualizado

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Gabriel Galípolo
1 de 1 Gabriel Galípolo - Foto: Reprodução/ ABJD

Aprovado pelo Senado e já nomeado como diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), o economista Gabriel Galípolo, ex-número 2 do Ministério da Fazenda e considerado braço direito do ministro Fernando Haddad, admitiu que tinha o papel de tentar diminuir os atritos entre o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente do BC, Roberto Campos Neto.

Desde o início de seu terceiro mandato na Presidência da República, Lula vem criticando Campos Neto abertamente por causa do patamar atual da taxa básica de juros (Selic), em 13,75% ao ano. Galípolo, que tem boa relação com o chefe da autoridade monetária, se encarregava de diminuir esses ruídos enquanto atuava no Ministério da Fazenda.

“Tem uma simbologia no fato de o presidente ter escolhido a pessoa que é provavelmente a que tem mais diálogo e interlocução com a diretoria do Banco Central e, em especial, com Roberto Campos. Já na eleição, muito do meu papel era o de tentar fazer uma tradução”, afirmou Galípolo, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo.

“Tem um idioma próprio, que é o do mercado financeiro, e tem um idioma diferente da política. Não é a mesma linguagem. Eu tive esse privilégio de transitar um pouco pelos dois e acho que boa parte do meu trabalho era tentar reduzir ruídos e estabelecer uma comunicação mais tranquila. Acho que o meu papel passa um pouco por aí. Agora, entre o Banco Central e o governo e também o Legislativo e a sociedade.”

Questionado se as críticas de Lula ao BC prejudicam, de alguma forma, essa relação institucional entre o Executivo e a autoridade monetária, Galípolo disse que “o presidente tem liberdade e legitimidade para falar sobre o que ele quiser”.

“De todos nós que também estamos dando opinião sobre o que queremos, ele é o único que dá opinião tendo 60 milhões de votos. Se tem alguém com legitimidade para falar, é ele. O próprio Roberto, quando perguntado, também respondeu isso: o presidente tem toda a legitimidade para falar sobre o que quiser. E não só pelos votos, mas é o terceiro mandato. É um político experimentado, que conhece a economia, porque ele vivenciou. Ele pode falar com autoridade sobre o tema”, disse.

Otimismo com a economia

Na entrevista, Galípolo também falou sobre um maior otimismo do mercado em relação à economia brasileira, com revisões para cima das projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) e redução das estimativas de inflação em 2023.

“Do ponto de vista conjuntural, acho que existia um ceticismo que foi sendo vencido gradativamente com uma série de medidas”, afirmou.

“Desde a tributação dos combustíveis, o arcabouço fiscal como saiu desenhado. E, hoje, a reforma tributária, que depois de 30 anos está correndo o risco de ser aprovada. Acho que temos uma série de medidas que foram sendo tomadas e foram endereçando essa lógica. E isso foi se refletindo em projeções de resultado fiscal mais favorável, em novo patamar de câmbio, em taxas de juros futuras que vêm cedendo, em projeções de crescimento melhores”, completou Galípolo.

Presidência do BC

Apontado como o preferido de Lula para ocupar a presidência do BC após o fim do mandato de Campos Neto, em 2024 – caberá ao petista fazer a indicação –, Galípolo preferiu desconversar.

“(A cadeira) É ocupada pelo Roberto Campos Neto, com quem eu vou ter esse privilégio de poder trabalhar. Isso é muito bom para mim”, disse.

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