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Gafisa marca assembleia após gestora questionar participação de Tanure

Esh Capital cobra o lançamento de uma oferta pública de aquisição das demais ações e diz que Nelson Tanure alcançou 44% do capital da Gafisa

atualizado

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1 de 1 gafisa - Foto: Divulgação

O Conselho de Administração da Gafisa informou nesta terça-feira (17/1) que aprovou a convocação de uma assembleia geral extraordinária para o dia 10 de fevereiro, atendendo a um pedido da gestora Esh Capital, que possui mais de 10% das ações da companhia.

De acordo com a Esh, a participação do empresário Nelson Tanure, controlador da Gafisa, atingiu pelo menos 44,33% do capital da companhia, o que obrigaria o lançamento de uma oferta pública de aquisição das demais ações.

Segundo a gestora, Tanure seria “controlador indireto da companhia, oculto em uma intrincada estrutura de veículos de investimentos, nacionais e internacionais administrados pela Planner, MAM Asset, Trustee e Banco Master”.

A Esh pede, até a publicação do edital, a suspensão dos direitos políticos de todas as ações que tenham ligação com Tanure.

A Gafisa alega que não foi possível comprovar que qualquer acionista ou grupo de acionistas da empresa tenha ultrapassado o percentual de 30% das ações.

“Assim, em razão da sua relação direta com a ordem do dia e diante da necessidade de aprofundamento sobre as alegações trazidas pelo acionista solicitante, a companhia solicitou esclarecimentos à MAM Asset, Banco Master, Trustee e Planner”, diz a Gafisa, em comunicado.

A “guerra” entre Gafisa e Esh Capital

Não é de hoje que Gafisa e Esh Capital estão em rota de colisão. Em novembro do ano passado, a Gafisa havia informado ao mercado que estudava um aumento de capital de cerca de R$ 150 milhões. A Esh alegou que não teve qualquer envolvimento na subscrição e classificou a operação como “ilegal”. Segundo a gestora, a decisão da Gafisa não foi suficientemente discutida com os acionistas minoritários.

Em nota, a construtora rebateu as críticas da Esh e garantiu que todos os procedimentos legais foram adotados. “Qualquer outra posição é meramente especulativa e com intenções duvidosas”, afirmou a Gafisa.

Em novembro, poucos dias após o Conselho de Administração da Gafisa ter aprovado o aumento de capital, a Esh pediu a convocação de uma assembleia geral para debater a decisão.

A gestora também quer a responsabilização judicial dos administradores e membros do Conselho Fiscal da companhia por supostos prejuízos causados à Gafisa entre 2019 e 2022, além da destituição dos integrantes dos conselhos de Administração e Fiscal.

Aumento de capital

Em assembleia de acionistas realizada no dia 9 de janeiro, a Gafisa confirmou o aumento de capital da companhia, mas no valor de R$ 78,1 milhões, com a emissão de 13,3 milhões de novas ações.

A operação custou R$ 5,89 por ação aos subscritores, o que representa uma diluição dos acionistas que não acompanharam o aumento de capital.

Com a decisão, a Gafisa agora possui 51,1 milhões de ações em circulação – até então, eram 37,8 milhões –, com capital estimado em R$ 1,33 bilhão.

A gestora Esh Capital não acompanhou o aumento de capital da Gafisa. Por meio de seu fundo de investimento (Esh Theta), a gestora detinha 15,1% do capital da construtora, o que acabou diluído.

Apesar de ter sido derrotada na assembleia de acionistas, a Esh promete seguir contestando a operação. A gestora deve levar o imbróglio para análise da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

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