metropoles.com

Gabriel Leal de Barros: novo arcabouço “não é sólido nem crível”

Para o ex-diretor da Instituição Fiscal Independente (IFI), um dos pontos negativos é a ausência de penalidade se a regra for descumprida

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Marcos Oliveira/Agência Senado
gabriel-leal-barros
1 de 1 gabriel-leal-barros - Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O projeto do novo arcabouço fiscal, que deve substituir o teto de gastos, foi finalmente entregue ao Congresso Nacional. Apesar do discurso otimista do governo e da boa receptividade inicial do mercado, a proposta continua com “muitos problemas” e não pode ser considerada sólida nem crível, segundo Gabriel Leal de Barros, sócio e economista-chefe da Ryo Asset e ex-diretor da Instituição Fiscal Independente (IFI).

A nova âncora fiscal estabelece valores mínimos e máximos para a ampliação de despesas federais, de acordo com o ritmo de crescimento da receita. O governo enviará para o Congresso, juntamente com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), as projeções de aumento de receita e de despesa. O arcabouço fiscal determina que as despesas poderão crescer a uma proporção de 70% do avanço das receitas.

Em entrevista ao Metrópoles, Leal de Barros afirma que um dos pontos negativos do projeto é a ausência de penalidade no caso de descumprimento da regra pelo governo.

“Um ponto negativo é o fato de não haver penalidade pelo descumprimento da regra. O não cumprimento deixa de ser uma violação da Lei de Responsabilidade Fiscal. Eles claramente estão flexibilizando o não cumprimento da regra”, critica Leal de Barros.

De acordo com o economista, as metas de superávit primário também poderão ser modificadas, o que enfraquece o arcabouço.

“Como as metas de primário parece que vão ser definidas a cada ano, em cada LDO, isso abre espaço para que a meta não seja aquela que foi anunciada pelo ministro Fernando Haddad há poucos dias, de entregar um superávit ao final do mandato. O governo pode alterar as metas de primário quando bem entender”, afirma.

Para Leal de Barros, “continuamos com um arcabouço com muitos problemas”. “Ele não é sólido nem crível, como o Banco Central vinha argumentando que precisava ser”, observa. “É uma regra que só funciona em um cenário macroeconômico positivo. Em cenários um pouco mais desafiadores, não funciona.”

Por fim, o ex-diretor da IFI diz que não está claro “qual será a forma de calcular o crescimento real da despesa”. “Deveria ser um cálculo deflacionado pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, que mede a inflação oficial do país) mês a mês, mas é possível que eles façam uma conta acumulada e, se for assim, isso entregará um crescimento mais alto da despesa.”

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNegócios

Você quer ficar por dentro das notícias de negócios e receber notificações em tempo real?