Fundos de super-ricos têm saída de R$ 71 bilhões entre janeiro e julho
Montante representa mais da metade dos R$ 125 bilhões que saíram da indústria de fundos nesse período. Governo quer tributar super-ricos
atualizado
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Os saques nos chamados fundos exclusivos – os fundos dos super-ricos – superaram as novas aplicações em R$ 71,4 bilhões no período entre janeiro e julho deste ano. O levantamento foi feito pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Esse montante representa mais da metade dos quase R$ 125 bilhões que saíram da indústria de fundos nesse período.
Em julho, o patrimônio dos fundos exclusivos, voltados para investidores de renda muito alta, somava R$ 966,2 bilhões – um aumento de 10,6% em relação a dezembro de 2022. No total, o setor fechou o mês de julho com quase R$ 8 trilhões.
Na terça-feira (29/8), o governo federal encaminhou ao Congresso a Medida Provisória (MP) nº 1.184, que trata da taxação dos fundos exclusivos. O texto prevê a cobrança de 15% a 20% sobre rendimentos desses fundos. A expectativa da equipe econômica é que, com a medida, a União arrecade R$ 24 bilhões entre 2023 e 2026.
Crescimento de 20% em 5 anos
Reportagem do Metrópoles publicada no fim de julho mostrou que o patrimônio alocado nos fundos exclusivos vem crescendo nos últimos anos. O montante fechou junho de 2023 em quase R$ 790 bilhões, uma alta real de 19,8% desde o fim de 2017, segundo levantamento do TC/Economatica feito a pedido da reportagem.
Os valores anuais foram corrigidos pela inflação acumulada até junho de 2023.
No fim de 2017, em valores corrigidos, os fundos somavam R$ 656,9 bilhões (em valores nominais eram R$ 484,6 bilhões). Desde então, o montante saltou para R$ 780,1 bilhões em 2022 e R$ 787,1 bilhões em junho.
Os fundos exclusivos são assim denominados quando têm somente um cotista. Pelos altos custos e potencial de personalização, são usados normalmente por detentores de grandes fortunas e somam menos de 3 mil investidores.