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Fundador da FTX ordenou desvio de R$ 70 bilhões, diz ex-namorada

Caroline Ellison, ex-namorada e ex-sócia de Sam Bankman-Fried, fundador da FTX, assumiu crimes em troca de redução de pena

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1 de 1 Imagem colorida de Sam Bankman-Fried - Foto: Reprodução/Facebook

O fundador da FTX, Sam Bankman-Fried, teria ordenado um desvio de cerca de US$ 14 bilhões (mais de R$ 70 bilhões) dos clientes da corretora de criptomoedas, pouco antes da falência da empresa, no fim do ano passado. A acusação foi feita pela ex-namorada e ex-sócia de Bankman-Fried, Caroline Ellison, durante o julgamento do empresário em Nova York.

Segundo as investigações, o fundador da FTX teria tentado intimidar Ellison, ex-CEO da Alameda Research, braço de investimentos da corretora de cripto.

Em dezembro do ano passado, Ellison afirmou, em depoimento, que a FTX tinha plena consciência de que estava enganando credores e utilizando dinheiro dos investidores para inúmeras operações de crédito e outras negociações. Ela se declarou culpada nas acusações de fraude e passou a colaborar com os promotores federais de Manhattan.

Investigações apontaram que o dinheiro recebido por Bankman-Fried se misturava aos fundos da Alameda Research e era usado para financiar investimentos em vários empreendimentos, além de compra de imóveis e doações políticas – tudo isso sem o conhecimento dos investidores.

Ellison fez um acordo com a Justiça e se declarou culpada de sete acusações, para ter sua pena reduzida.

“Ele (Bankman-Fried) era o chefe da Alameda e me deu instruções para cometer crimes”, afirmou Ellison.

O empresário é alvo de oito acusações criminais, incluindo fraude eletrônica, conspiração, fraude de valores mobiliários e lavagem de dinheiro. Se condenado, ele pode pegar uma pena total de até 115 anos de prisão.

O ex-CEO da FTX pode pegar 20 anos de prisão por cada acusação de fraude eletrônica e lavagem de dinheiro, além de cinco anos por cada fraude no mercado de valores mobiliários e no financiamento de campanhas políticas.

Segundo a Comissão de Valores Mobiliários e Câmbio dos EUA, o fundador da FTX orquestrou “uma fraude massiva, desviando bilhões de dólares dos fundos de clientes da plataforma de negociação para seu próprio benefício pessoal e para ajudar a aumentar seu império criptográfico”.

De acordo com a investigação, as fraudes na FTX podem ter causado um prejuízo estimado em US$ 8,7 bilhões a investidores em todo o mundo.

A Promotoria dos Estados Unidos afirma ter reunido mais de 1,3 mil provas de crimes praticados por Bankman-Fried.

Idas e vindas na prisão

No fim de 2022, Bankman-Fried, que havia sido preso, foi solto pela Justiça após pagar fiança de US$ 250 milhões (o equivalente a quase R$ 1,3 bilhão). O acordo tomou como base a parte de Bankman-Fried na casa da família, em Palo Alto, além de uma longa lista de requisitos para que o acusado permanecesse em liberdade no decorrer do processo.

Em agosto, a Justiça americana determinou a volta de Bankman-Fried à prisão. Ele cumpria prisão domiciliar na residência de seus pais, em Palo Alto, na Califórnia, desde dezembro do ano passado.

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