Focus: mercado eleva pela sexta vez seguida projeção do PIB de 2024

Os cerca de 150 analistas do mercado financeiro consultados semanalmente pelo Banco Central (BC) elevaram pela sexta vez seguida a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para 2024. Eles também diminuíram a estimativa de inflação para este ano e elevaram a cotação do dólar, mas apenas para 2026 e 2027. É isso o que mostra a última edição do Relatório Focus, divulgada nesta terça-feira (26/3) pelo BC.

As estimativas captadas pelo Focus indicam que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve crescer 1,85% em 2024. Na semana passada, a estimativa era de 1,80% e, na anterior, de 1,78% e, há um mês, havia ficado em 1,75%. O Ministério da Fazenda prevê que o PIB avance 2,2% neste ano. Para 2025 e 2026, a previsão de crescimento da economia ficou em 2%, o mesmo número das semanas anteriores.

Já o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, deve terminar o ano em 3,75%. Na semana passada, esse valor era de 3,79%. Para 2025, a projeção do IPCA também registrou leve queda, passando de 3,52%para 3,51%. No caso de 2026, o índice esperado permaneceu em 3,50%.

O Conselho Monetário Nacional (CMN) fixou a meta da inflação para este ano em 3%. Como há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, ela será cumprida se ficar entre 1,5% e 4,5%. O mercado espera, portanto, que a inflação fique dentro da meta em 2024.

Dólar 

Os analistas consultados pelo BC reduziram a estimativa para a cotação do dólar em 2026 e 2027. Agora, eles acreditam que ela deve ficar, respectivamente, em R$ 5,03 e R$ 5,07. Não houve mudança para as previsões para 2024, que se manteve em R$ 4,95, e para 2025, que permaneceu em R$ 5. 

Selic

Em relação à taxa básica de juros da economia, a Selic, o mercado não alterou a estimativa para o fim de 2024. Ela está em 9% ao ano. Para 2025 e 2026, a projeção segue em 8,5% ao ano. Isso apesar da recente mudança de tom do Banco Central em relação ao ritmo de queda da taxa.

Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 19 e 20 de março, a Selic foi reduzida em 0,5 ponto percentual e fixada em 10,75% ao ano. Esse foi o sexto corte seguido dos juros desde agosto de 2023. Uma nova reunião do colegiado do BC ocorre em 7 e 8 de maio.

A taxa básica de juros é o principal instrumento do Banco Central para tentar conter a inflação. A Selic é utilizada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia.

Relatório Focus 

O Relatório Focus resume as expectativas de mercado coletadas até a sexta-feira anterior à sua divulgação.