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Fitch reduz nota de crédito da Gol e vê risco em dívida e investimento

Fitch Ratings, uma das 3 principais agências de classificação de risco, rebaixou nota de crédito da Gol Linhas Aéreas de “CCC+” para “CCC-“

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Avião Gol
1 de 1 Avião Gol - Foto: Michael Melo/Metrópoles

A Fitch Ratings, uma das três principais agências de classificação de risco do mundo, rebaixou a nota de crédito da Gol Linhas Aéreas de “CCC+” para “CCC-”, em meio a preocupações com a reestruturação da dívida da companhia aérea brasileira, riscos de refinanciamento e pressão no fluxo de caixa operacional.

As agências de risco são empresas privadas que avaliam a saúde financeira de países e empresas. Com base em critérios como juros, dívida, capacidade fiscal e outros, as agências concedem uma nota de crédito (o chamado rating).

“A avaliação incorpora o recente anúncio da empresa de contratar um consultor financeiro para revisar sua estrutura de capital”, afirma a Fitch em relatório divulgado nesta quarta-feira (6/12).

No início do mês, a Gol anunciou a contratação da Seabury Capital para contribuir com uma revisão de sua estrutura de capital, incluindo a gestão de passivos.

“Isso segue a renegociação em andamento da Gol com os arrendadores. O aumento nos pagamentos de arrendamentos após suas reduções/adiamentos durante a pandemia da Covid-19, além das elevadas taxas de juros, têm pressionado a geração de caixa da empresa. Diferentemente de outros players da região, a Gol ainda não concluiu a renegociação completa de suas obrigações de arrendamento”, diz a Fitch.

De acordo com a agência de risco, a companhia aérea está sofrendo uma pressão sobre o fluxo de caixa por causa de elevadas despesas com leasing (arrendamento mercantil) e juros, que vêm tornando o perfil da dívida “insustentável”.

No fim de setembro deste ano, os vencimentos de curto prazo da Gol somavam R$ 2,9 bilhões (R$ 1,1 bilhão de dívida financeira e R$ 1,8 bilhão de obrigações de arrendamento mercantil). Segundo a Fitch, o caixa disponível era de R$ 905 milhões.

Segundo as projeções da agência, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Gol deve ser de R$ 4,4 bilhões em 2023, ante R$ 2,9 bilhões do ano passado, e R$ 4,8 bilhões em 2024.

“A demanda do mercado interno brasileiro se recuperou fortemente, com o tráfego de passageiros crescendo 5% nos primeiros 10 meses do ano em comparação com o mesmo período de 2019 (nível pré-pandemia)”, afirma a Fitch.

No terceiro trimestre de 2023, a Gol reportou um prejuízo líquido de R$ 1,3 bilhão. O resultado do período entre julho e setembro de 2023 representa uma diminuição de 16% no prejuízo registrado no terceiro trimestre do ano passado.

Altos níveis de investimento

Em seu relatório, a Fitch também demonstra preocupação com altos níveis de investimento previstos pela Gol para os próximos anos, principalmente envolvendo a renovação da frota. Entretanto, segundo a agência, a companhia ocupa uma posição sustentável de liderança do mercado aéreo doméstico no Brasil, com cerca de 34% de participação.

“Os resultados operacionais da Gol são altamente correlacionados com a economia brasileira, já que cerca de 87% de suas receitas são originadas no mercado interno”, diz a Fitch.

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