Fitch classifica como “BB-” emissão de U$ 1,5 bi em notas da Petrobras
Para agência de risco, avaliação da empresa está atrelada à nota soberana do Brasil, dado o peso do controle do governo sobre a estatal
atualizado
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A agência de análise de risco Fitch atribuiu a classificação “BB-” à proposta de emissão US$ 1,5 bilhão de notas sem garantia, com vencimento em 2033, por parte da Petrobras. Tais recursos serão usados pela estatal para pagar dívidas antecipadamente e para “propósitos corporativos gerais”.
De acordo com a agência americana, a avaliação da Petrobras está atrelada à nota soberana do Brasil (BB-/Estável). Isso por causa da importância estratégica da companhia e pelo peso do controle do governo sobre a empresa.
Disse a Fitch: “A participação de mercado dominante da Petrobras no fornecimento de combustíveis líquidos no país, ao lado da forte presença na produção de hidrocarbonetos, expõem a empresa à intervenção do governo por meio de políticas de preços e estratégias de investimento”.
A Fitch, porém, reconhece que ocorreram melhorias na estrutura de capital e esforços por parte da estatal para se “proteger de interferências”. Por lei, acrescenta a agência, a União controla, direta e indiretamente, 50,3% das ações ordinárias e tem 36,8% do capital total da petrolífera.
Interferência política
A agência de risco afirma que a Petrobras conta com mecanismos para impedir a interferência política na execução de ações e investimentos não estratégicos e antieconômicos. “A Fitch entende que, de acordo com o estatuto da empresa, os membros do conselho e executivos têm a responsabilidade fiduciária de garantir que a empresa implemente estratégias de negócios lucrativas”, diz. “Caso contrário, poderão enfrentar responsabilidades legais pessoais. Essa consideração deve reduzir o risco de fortes impactos negativos sobre a Petrobras advindos de decisões não técnicas da empresa.”
Produção crescente
A Fitch prevê também que a produção da Petrobras atingirá 2,9 milhões de barris de óleo equivalente por dia até 2025, em comparação com 2,7 milhões, em 2022. A expectativa é que a petrolífera continue relatando fluxo de caixa positivo ao longo do horizonte de classificação, enquanto investe para repor as reservas e aumentar a produção. A agência considera que a Petrobras é a produtora de menor custo da região.